Autopercepção e influência do trabalho na vida de mulheres que trabalham na limpeza urbana
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/1002 |
Resumo: | O trabalho é parte importante para a promoção do desenvolvimento humano, constituindo-se como uma potente estratégia para reduzir iniquidades e atuar em determinantes da saúde, como a pobreza. Contudo, na área de concentração de estudos envolvendo o trabalho e a saúde feminina, boa parte das publicações se destina às questões materno-infantis, como a amamentação. Portanto, este trabalho objetiva analisar a autopercepção em relação ao trabalho e a influência deste na vida e saúde das mulheres garis. Trata-se de uma pesquisa feminista com abordagem qualitativa dos dados.Foram convidadas a participar deste estudo mulheres, que trabalham na limpeza urbana do município de Uberaba, Minas Gerais. Trata-se de 28 profissionais que trabalham em turnos diurnos com carga horária diária de oito horas.Para a coleta das informações utilizou-seda técnica de coleta Grupo Focal.Para o alcance dos objetivos desta pesquisa, foram realizados três Grupos Focais, com média de seis participantes. Os dados de caracterização da amostra foram analisados, empregando-se estatística descritiva simples.Os registros realizados pelo relator e pelos mecanismos de gravação foram transcritos na íntegra e analisados por meio da técnica de análise do Discurso do Sujeito Coletivo. Este projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e aprovado com número de CAAE 09518719.6.0000.5154. Participaram deste estudo, 20 mulheres, número resultante de quatro exclusões por estarem neste trabalho há menos de seis meses, duas recusas e duas estavam em período de férias. Com relação às características sociodemográficas, a média da idade das participantes do estudo foi de 37,05 anos completos, 50% (10) delas se autodeclararam da cor parda, 45% (nove) convivem com filhos e companheiro. Quanto ao tempo de profissão, a média foi de 5,68 anos. Referente aos anos de estudo, a média foi de cinco anos de escolaridade.Considerando-se às condições econômicas, a renda familiar oscilou de um a três salários mínimos e a individual foi de um salário. Quanto às condições do domicílio, 70% (14) residem em casa própria. Após análise do material identificou-se, por afinidade temática,sete categorias: Valorização do trabalho da varrição pela população; Vivência de hostilidade e preconceito durante a atividade laboral; Falta de oportunidade de um emprego melhor; Condições que dificultam o trabalho (clima, 7 infraestrutura, ergonomia); Valorização do autocuidado; Não existe diferença de gêneros.As quatro primeiras categorias trazem a percepção das trabalhadoras em relação à valorização de seu trabalho, individual e coletivamente. Apreende-se que apesar das referências de satisfação e do sentimento de gratidão pelo trabalho, há uma sensação de desvalorização do trabalho. As desigualdades não são percebidas pelas participantes deste estudo como fruto das relações de gênero. Os discursos que emergiram a este respeito destacam a sensação de igualdade entre homens e mulheres.Contudo, houve alguns relatos que referemque o trabalho na limpeza urbana é inapropriado para mulheres e há diferença de valorização profissional entre coletores de lixo e varredores de rua. |