Efeito da melatonina sobre a migração de leucócitos, produção de óxido nítrico, citocinas e substâncias oxidantes na endotoxemia.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Seabra, Aletéia Marieta da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Bioquímica, Fisiologia e Farmacologia
BR
UFTM
Curso de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/58
Resumo: A melatonina, principal hormônio produzido pela pineal, pode também ser produzida por outros tecidos e células. Diversos estudos relacionam a melatonina a funções imunomodulatórias, de forma dose-dependente. Considerando sua ação antioxidante e antiinflamatória, avaliou-se o efeito protetor da melatonina na endotoxemia grave, induzida pela administração intraperitoneal de LPS (10 mg/kg) em camundongos. O tratamento com a melatonina (10 e 20 mg/kg, via subcutânea) foi realizado 30 min antes e 1h após o LPS. A endotoxina causou 80% de mortalidade após uma semana, e a melatonina aumentou a sobrevida para 80%, por até 7 dias para o grupo tratado com a menor dose. Para identificar mecanismos envolvidos no efeito protetor da melatonina, foram avaliados parâmetros inflamatórios após a inflamação peritoneal induzida por tioglicolato. Os resultados demonstraram efeito diferencial da melatonina sobre a infiltração de neutrófilos, dependendo do período de observação. Em 6 h houve intensa redução no número de neutrófilos emigrados para o sítio inflamatório, nos animais com endotoxemia, comparado ao controle, e também nos grupos da melatonina. Porém, a dose de 10 mg/kg aumentou parcialmente (p=0,052), a migração de neutrófilos comparado ao LPS. Já após 24 h esta migração não apresentou diferenças entre os grupos controle e LPS. A comparação do grupo do LPS mostra recuperação da capacidade de migração de neutrófilos após 24 h da endotoxemia. Ainda, neste tempo a melatonina inibiu a migração de neutrófilos estimulada pelo tioglicolato, comparado ao controle e ao LPS. Considerando que o efeito inibitório do LPS sobre a migração de neutrófilos pode ser mediado pelo NO, os metabólitos de NO foram quantificados no soro e lavado peritoneal, através da reação de Griess. Houve aumento nas concentrações de NO no soro após 6 e 24 h, no grupo do LPS comparado ao controle, reduzido significativamente pela melatonina (10 mg/kg) após 24 h. No lavado peritoneal não foram detectadas diferenças significativas na produção de nitrito entre os grupos controle e LPS. A melatonina, na dose de 20 mg/kg e após 24 h, reduziu a concentração local de nitrito, comparado ao LPS. Houve redução desta produção ao longo dos tempos de avaliação, significativa para o grupo da melatonina 20 mg/kg. A atividade antioxidante local e sistêmica foi determinada através do teste do DPPH. Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à atividade presente no soro nos tempos avaliados. Observou-se redução da atividade antioxidante sistêmica em todos os grupos após 24h da endotoxemia. A atividade antioxidante no lavado peritoneal aumentou significativamente no grupo do LPS, comparado ao PBS, após 24 h, sem diferenças nos grupos da melatonina. Observou-se aumento da atividade antioxidante local em todos os grupos após 24 h. Nossos resultados demonstraram aumentotanto da resposta pró-inflamatória, quanto da anti-inflamatória nos animais administrados com a endotoxina. A melatonina nas duas doses utilizadas, reduziu significativamente as concentrações sistêmicas de TNF-α, mas não de IL-10. A endotoxemia grave foi acompanhada de aumento da produção sistêmica de NO e intensa inibição da migração de neutrófilos seguida de recuperação desta função após 24 h. A melatonina aumentou a sobrevida, em parte por efeito modulador sobre a migração de neutrófilos e produção sistêmica de NO e TNF-α. Outros mecanismos devem contribuir para o efeito protetor da melatonina em modelo de endotoxemia.