Associação do diabetes mellitus gestacional e modulação da resposta imune humoral e celular específica a Toxoplasma gondii

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Ana Carolina de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1740
Resumo: A toxoplasmose é uma zoonose de elevada prevalência mundial, sendo a forma congênita um grande problema de saúde pública devido a sua alta morbi/mortalidade. O diabetes mellitus gestacional (DMG) é caracterizado pela intolerância à glicose durante a gestação, podendo causar complicações na gravidez e ao feto. Os objetivos desse trabalho foram avaliar e comparar a resposta imune humoral e celular específica à toxoplasmose, de gestantes cronicamente infectadas por T. gondii, com e sem DMG; bem como a resposta humoral de seus respectivos recém-nascidos (RN). O trabalho envolveu 81 gestantes atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), sendo 34 com DMG e 47 controles, das quais foram obtidos os resultados do Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) via prontuário, e coletadas amostras de sangue no terceiro trimestre de gestação; o estudo também envolveu 45 RN (20 DMG e 25 controles) dos quais foram obtidos amostras do sangue de cordão umbilical. A imunidade humoral foi analisada pela dosagem de IgG total, subclasses de IgG e IgG avidez anti-T. gondii. Para avaliação da imunidade celular foram cultivadas células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de 32 gestantes (16 DMG e 16 controles) sob estímulo policlonal e estímulo parasito-específico, citocinas do sobrenadante foram dosadas, e citometria de fluxo foi realizada para análise de expressão de moléculas de superfície, citocinas e fator de transcrição (FOXP3) em linfócitos. Todas as gestantes e RN foram positivos para IgG total, e a subclasse prevalente foi a IgG1. Houve correlação negativa entre as glicemias do TOTG das gestantes e os níveis de IgG total, IgG1 e avidez de IgG. A avidez de IgG das gestantes com DMG foi significativamente menor comparada com as gestantes do grupo controle. Além disso, apenas no grupo DMG houve redução significativa da avidez de IgG na amostra de terceiro trimestre comparada à amostra prévia. As gestantes do grupo DMG apresentaram maior número de linfócitos T expressando os marcadores de ativação e exaustão celular (CD28 e PD-1). Na presença de antígeno solúvel de T. gondii (STAg) o número de células T CD8+ foi maior no grupo DMG, porém a quantidade de linfócitos T CD4+ produtores de IFN-γ, IL-10 e IL-17 foi significativamente menor no grupo DMG, enquanto não houve diferença entre os grupos na quantidade de células Treg funcionais CD4+CD25HighFOXP3+LAP+. Adicionalmente, sob o estímulo de STAg, a secreção de citocinas IL-17, IL-4, TNF e IL-2 no sobrenadante de cultura de PBMC foi menor no grupo DMG. Assim, concluiu-se que existe uma correlação entre o aumento da glicemia das pacientes e a diminuição dos níveis de anticorpos anti-T. gondii, associado à diminuição de avidez de IgG das pacientes que desenvolvem DMG. Além disso, as gestantes com DMG apresentam diminuição das respostas do perfil Th1, Th2 e Th17, sugerindo uma associação entre o DMG e a modulação negativa da resposta imune humoral e celular contra T. gondii.