Satisfação e sobrecarga de profissionais de saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SANTOS, Luísa Parreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/510
Resumo: Estudos têm mostrado a necessidade de atentar para a saúde dos profissionais de saúde mental, visto que a qualidade do serviço depende, entre outros aspectos, do bem-estar das equipes atuantes. Considerando a importância dos profissionais para o sucesso do modelo de assistência comunitária, conhecer seu estado emocional e fatores que podem interferir com a qualidade do serviço que oferecem pode favorecer a criação de condições de planejamento e estruturação de um trabalho mais efetivo nos serviços de saúde mental. Com o objetivo de entender melhor a sobrecarga dos profissionais e embasar o estudo empírico, realizou-se uma revisão sistemática de literatura nas bases SciELO, LILACS, Portal de Periódicos da CAPES, PsycINFO e PUBMED, sobre a sobrecarga de profissionais de serviços de saúde mental. Duas juízas fizeram as buscas de forma independente e, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 32 trabalhos nacionais e internacionais foram selecionados. A maior parte das publicações revisadas era de autoria brasileira, teve como objetivo avaliar estresse e burnout em profissionais de saúde mental, era de natureza quantitativa e utilizou as escalas IMPACTO-BR e MBI. Os níveis de sobrecarga observados nos estudos variaram entre 1,60 e 3,98, indicando grau moderado, e a presença de sobrecarga foi apontada em estudos sobre outros impactos negativos relacionados ao trabalho. Posteriormente, foram avaliados empiricamente os níveis de satisfação e de sobrecarga de psicólogos que atuam em CAPS na região do Triângulo Mineiro. Das onze cidades convidadas, oito permitiram a execução da pesquisa e 36 psicólogos participaram, respondendo à SATIS-BR, IMPACTO-BR e um Questionário elaborado pelas autoras. A média do nível de satisfação foi de 3,60 (em escala de 5 pontos), com maior escore para relacionamentos no serviço ( 3,94) e menor escore para condições de trabalho ( = 3,21). A média do grau de sobrecarga foi de 1,91 (em escala de 5 pontos), com maiores impactos sobre o funcionamento da equipe ( = 1,91) e menores impactos sobre a saúde ( = 1,82). Houve correlações entre os níveis globais de satisfação e sobrecarga e diversos aspectos dos serviços. Houve diferença significativa dos níveis de satisfação e sobrecarga para psicólogos que faziam psicoterapia. Níveis moderados de satisfação e baixos de sobrecarga indicam boas condições emocionais dos psicólogos avaliados. Os dois estudos trazem informações que endossam a necessidade de tornar a saúde emocional dos profissionais da saúde mental um foco de interesse científico e político, uma vez que a consolidação e manutenção da qualidade dos serviços de saúde é uma das responsabilidades destes trabalhadores.