Prevalência de sarcopenia e sobrevida de idosos expostos ao efeito do comportamento de movimento e custos do sistema de saúde
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1395 |
Resumo: | Seguindo a tendência mundial de envelhecimento populacional, o Brasil apresenta expressivo número de idosos, grupo que experimenta mais adversidades de saúde. Assumindo características multifatoriais, o aumento da idade impacta na carga de doenças e consequentemente resulta em limitações diárias, redução da prática de atividade física, contribuindo para o incremento no comportamento sedentário, e provavelmente para o declínio da massa muscular e aumento da prevalência de sarcopenia. Assim, o objetivo geral deste trabalho foi estimar a prevalência de sarcopenia em idosos e verificar a sua inter-relação com a atividade física, comportamento sedentário e mortalidade. Dessa maneira, foram desenvolvidos três estudos distintos, sendo: 1) revisão sistemática com metanálise para estimar a prevalência de sarcopenia em idosos brasileiros residentes na comunidade; 2) estudo com delineamento longitudinal de base populacional para identificar a prevalência e os fatores associados à sarcopenia, e a incidência de óbitos e a sobrevida após 10 anos de acompanhamento em função da sarcopenia e comportamento sedentário e os possíveis mediadores associados; 3) estudo de séries temporais para analisar os custos de internações por doenças crônicas não transmissíveis atribuíveis à inatividade física. Para o estudo de revisão sistemática, a busca na literatura foi realizada nas bases de dados eletrônicas Medline (via PubMed), SciELO e Scopus, elencando estudos realizados no Brasil com idosos. A prevalência da sarcopenia foi mensurada através da metanálise usando um modelo de efeito aleatório. Foram utilizadas as informações da linha de base (2010), em levantamento realizado com idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família e residentes na área urbana do município de Uberaba, MG e o acompanhamento anual por 10 anos, referente aos óbitos. A população compreendeu 622 indivíduos idosos, de ambos os sexos, com idade ≥60 anos. Os participantes responderam a um questionário em forma de entrevista individual, com informações sociodemográficas, de saúde, medidas antropométricas, capacidade funcional e atividade física habitual. A sarcopenia foi determinada através do algoritmo proposto pela European Working Group on Sarcopenia in Older People, e o status vital foi mensurado por contato telefônico e Cadastro Nacional de falecidos. Para as análises dos dados, foram aplicadas técnicas de estatística descritiva e Teste Qui-Quadrado para verificar diferenças nas distribuições de frequências das variáveis sociodemográficas, de saúde e comportamentais, de acordo com a sarcopenia; e por fim a análise da sobrevida foi realizada pelo método de Kaplan Meier e os fatores associados através da regressão de Cox. O estudo de análise de custos utilizou as frações atribuíveis à população associadas à inatividade física para neoplasias de cólon, diabetes mellitus; doenças cerebrovasculares, e doenças coronárias; além dos custos atribuíveis a cada causa de internação. A prevalência de sarcopenia para idosos brasileiros residentes na comunidade foi de 17,0% (IC95%: 13,0 – 21,0; I2 = 95,9%), enquanto o estudo transversal indicou uma prevalência de 22,1% (IC95%: 18,3-26,0) para sarcopenia em idosos de Uberaba, MG, sendo tal condição maior no sexo feminino 69,6%. A análise de sobrevida mostrou que 63,8% dos participantes permaneceram vivos em 10 anos, e o tempo médio de sobrevida foi de 4,7 anos; com desfechos negativos naqueles idosos sarcopênicos e insuficientemente ativos. Em relação aos custos em saúde para internações hospitalares de Uberaba, ocorreram 11.510 internações devido às doenças crônicas avaliadas nos últimos 10 anos; sendo estimado que a inatividade física seja responsável por 10,9% do valor das internações; sendo este mais expressivo nas doenças coronárias. Este estudo gerou subsídio para compreensão da inter-relação entre a sarcopenia e altos períodos de tempo em comportamento sedentário na mortalidade num período de dez anos; além de sinalizar para o impacto na saúde, em que a redução da inatividade física traria para a cidade uma economia superior a ordem de 5 milhões de reais para as doenças avaliadas. Recomenda-se o desenvolvimento de pesquisas que visem não somente esclarecer a relação da sarcopenia e inatividade física com a mortalidade, mas também estratégias para a população, proporcionando envelhecimento com qualidade e autonomia. |