Percepção de pacientes com AIDS ou câncer sobre as intervenções terapêuticas ocupacionais pautadas no princípios da boa morte
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1760 |
Resumo: | A boa morte é compreendida como aquela isenta ou com mínimo sofrimento, respeitando-se os desejos do morrente, tais como o de estar cercado por familiares e amigos, em contexto de sua escolha, tendo sua participação nos preparativos. Por meio da Terapia Ocupacional compreende-se que o derradeiro fazer humano é a morte e que este processo pode ser assistido, objetivando uma boa morte para o morrente e os demais atores sociais envolvidos. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi descrever e analisar a percepção de pacientes com aids e câncer sobre as intervenções terapêuticas ocupacionais, pautadas nos princípios da boa morte, no que concerne à sua autonomia, desejos, pendências, conflitos, despedidas e consciência da morte. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de campo, de caráter exploratório e descritivo, sendo a amostragem não probabilística por conveniência. Compuseram a seleção amostral 12 participantes, com quadro clínico de aids ou câncer em estágio avançado, oriundos dos serviços de Oncologia e de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, os quais foram submetidos a três roteiros de entrevistas semiestruturadas e às intervenções terapêuticas ocupacionais pautadas em atividades preparatórias para a morte. Os dados das entrevistas foram analisados em seu conteúdo para identificação de categorias temáticas e registro de frequência de sua ocorrência. A partir da identificação de sete temas centrais e de 28 categorias empíricas, os resultados apontam para as experiências vividas pelos participantes em decorrência do adoecimento e da ameaça da morte, por meio da expressão de sentimentos, aprendizados, perdas ocupacionais e a percepção do preconceito em relação a seus quadros clínicos. A autonomia foi exercida quando da tomada de decisões sobre os tratamentos e no desenvolvimento das Diretivas Antecipadas de Vontade. Desejos e sonhos referiram-se à vontade de viajar, realizar atividades prazerosas e significativas, fazer cirurgia, conquistar a casa própria, encontrar parceira amorosa, vivenciar uma boa morte, desejos quanto ao funeral, legado material e de permanecerem vivos. As pendências referiram-se a questões financeiras, judiciais, administrativas, funcionais e relacionais, a serem resolvidas como preparativos para a morte. As despedidas eram compreendidas como processo a ser vivido ao longo do adoecimento ou nas horas finais da vida. A consciência da morte perpassou pela percepção da morte de familiares e amigos, pela própria finitude, pela aceitação ou negação desta, pelas conversas sobre o tema com familiares e amigos, e pela sua preparação. Percepções sobre as intervenções da Terapia Ocupacional emergiram pela aquisição de novos conhecimentos sobre o processo da morte, facilitando sua aceitação; pelos ganhos referentes aos preparativos, como melhora emocional, possibilidade em confiar no outro e reestabelecimento da energia vital; pelos sentimentos vivenciados no processo terapêutico, sendo positivos o conforto, alívio e liberdade, e negativos a tristeza e a dor, ao depararem-se com a própria finitude. Depreende-se que as intervenções terapêuticas ocupacionais, alteram a percepção sobre a morte quanto a importância de se prepararem para sua chegada, refletindo sobre, resolvendo questões significativas, aceitando-a e vivendo seus desejos e sonhos no tempo residual de suas vidas. |