Religiosidade/Espiritualidade (R/E) na prática clínica psicológica: Experiências de psicoterapeutas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: CUNHA, Vivian Fukumasu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/546
Resumo: O Brasil possui um contexto religioso/espiritual permeado por muitas crenças e experiências místicas, influenciando uma variedade de representações sociais presentes na população. Não é incomum, dentro desse universo de influências, que a dimensão da religiosidade/espiritualidade (R/E) apareça no contexto psicoterápico. No entanto, não é um tema frequente na formação em Psicologia, sendo apreendido, muitas vezes, como um tabu. Na atualidade, muitas evidências científicas apontam para uma relação positiva entre R/E e saúde física e mental, o que desperta o interesse para os conhecimentos e competências que os psicólogos devem desenvolver para abordar o assunto. Na tentativa de compreender e compor os estudos envolvendo a R/E, esta Dissertação teve por objetivo geral compreender como questões relacionadas à R/E apresentamse no contexto clínico de profissionais da Psicologia e a maneira como tais psicoterapeutas percebem, consideram e/ou incorporam tais aspectos em suas práticas. Foram realizados dois estudos. O objetivo do Estudo 1 foi conhecer a realidade profissional de psicoterapeutas no que tange às suas experiências clínicas e a dimensão da R/E. Já o Estudo 2 teve por objetivo conhecer o modo como psicoterapeutas experienciam a R/E em suas vidas pessoais e como tal dimensão se relaciona com o trabalho em Psicologia Clínica. Ambos os estudos foram de caráter exploratório, qualitativos, de corte transversal. Participaram dos estudos 24 psicoterapeutas, com tempo médio de atuação de 10,54 anos, predominantemente feminino (n = 18), de duas cidades de médio porte, uma no interior do Estado de São Paulo e outra no interior do Estado de Minas Gerais. A entrevista semiestruturada e audiogravada foi o instrumento de coleta de dados utilizado. Todas as entrevistas foram transcritas na íntegra, analisadas conforme a análise de conteúdo temático e interpretadas pela literatura que envolve R/E na sua interface com a psicoterapia. No Estudo 1 observou-se a importância da R/E para todos os psicoterapeutas, embora não tenha sido suficientemente abordada em suas formações de graduação e pós-graduação. A exploração da R/E partiu das demandas dos clientes, apresentando-se ora como um importante recurso para intervenção, ora impedindo o desenvolvimento de muitas condições. As recentes proposições dos Conselhos de Psicologia referentes à R/E são desconhecidas pelos profissionais, o que sugere a necessidade de maior diálogo entre eles. O Estudo 2 permitiu identificar que os psicoterapeutas, em sua maioria, possuem crenças e vivências religiosas/espirituais que permeiam a relação psicoterápica, mostrando-se interessados em incluir essas temáticas, embora com dificuldades pessoais para tanto. Nos dois estudos, a ausência do tema na formação em Psicologia foi destacada como uma realidade, o que, possivelmente, reflete-se nas dificuldades profissionais e pessoais ligadas ao assunto, dificultando a assunção de uma prática integrativa. Acredita-se que as perspectivas apresentadas por esses profissionais possam contribuir com os estudos envolvendo a temática, de maneira a repensar a importância da discussão do tema na formação e na atuação profissional, assim como compreender a condição dos sujeitos (pacientes e psicólogos) envolvidos nessa relação, permeados por uma subjetividade que inclui também representações explícitas ou implícitas acerca da R/E.