Estudo prospectivo randomizado do tratamento operatório do refluxo gastroesofágico em crianças com paralisia cerebral espástica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Durante, Antonio Paulo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21415
Resumo: Introdução: A associação de crianças portadoras de lesão neurológica, em especial a paralisia cerebral espástica, com doença do refluxo gastroesofágico é muito freqüente, sendo a sua abordagem terapêutica clínica multidisciplinar e de resultados nem sempre satisfatórios. Quando indicado o tratamento operatório, existe relativo consenso da técnica de fundoplicatura ao modo de Nissen, porém com alta taxa de morbidade e recidiva. A técnica da plicatura gástrica vertical é um procedimento que tem eventuais vantagens sobre a cirurgia proposta por Nissen por atender mais adequadamente aos princípios anatômicos e aos de um organismo em crescimento com esôfago e estômago afetados por dismotilidade secundária à doença cerebral. Objetivo: Comparar a fundoplicatura ao modo de Nissen com a plicatura gástrica vertical no tratamento operatório do refluxo gastroesofágico em crianças com paralisia cerebral espástica. Métodos: Quarenta e uma crianças com paralisia cerebral espástica no período de novembro de 2003 a dezembro de 2005 foram randomizadas em dois grupos para o tratamento cirúrgico da doença do refluxo gastroesofágico: grupo fundoplicatura a Nissen (FN, n=22) e grupo plicatura gástrica vertical (PGV, n=19). Foram avaliadas segundo a qualidade de vida, exames subsidiários, o tempo operatório, complicações intra e pós-operatórias, permanência hospitalar e mortalidade. Resultados: O período de seguimento foi de 6 meses; houve melhora na qualidade de vida quanto a avaliação clínica (p<0,001 em ambos os grupos) e dias de internação (p=0,004 e p=0,006, para os grupos FN e PGV, respectivamente); houve melhora em todos os parâmetros da monitorização do pH esofágico em ambos os grupos; o tempo operatório foi de 100,0 ± 35,5 (grupo FN) e 88,4 ± 25,4 (grupo PGV) (p=0,244); a permanência hospitalar foi de 7,05 ± 1,76 (grupo FN) e 7,89 ± 4,31 (grupo PGV) (p=0,936); as complicações intra-operatórias foram de 4,5% e 15,8% (p=0,321), as complicações pós-operatórias foram de 18,2% e 42,1% (p=0,093) e a mortalidade foi de 4,5% e 15,8% (p=0,321) para os grupos FN e PGV, respectivamente. Conclusão: Os dois procedimentos operatórios melhoraram a qualidade de vida quanto ao escore clínico e necessidade de hospitalização; mostraram-se eficientes no controle do refluxo gastroesofágico e não apresentaram diferenças no que se refere à duração do ato cirúrgico, ao período de internação pós-operatória, à ocorrência de complicações e ao índice de mortalidade.