Dosagem de tiroglobulina no seguimento de pacientes com carcinoma diferenciado de tiroide: interferentes, novos ensaios e aplicação clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Guastapaglia, Leila [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63971
Resumo: Introdução: O Carcinoma Diferenciado de Tiroide (CDT) é a neoplasia tiroidiana mais comum e tem a dosagem de tiroglobulina (Tg) como principal marcador tumoral. A dosagem de Tg evoluiu muito ao longo dos anos, porém ainda apresenta desafios, apesar de os ensaios imunométricos usuais apresentarem ótimo desempenho. Objetivo: O objetivo principal dessa tese é avaliar o papel dos ensaios de Tg e os principais interferentes que resultam em valores falsamente baixos ou altos no seguimento de pacientes com CDT. Métodos: No primeiro manuscrito foram selecionados pacientes com doença estrutural e dosagem de Tg subestimadas pelo ensaio imunométrico para avaliação do papel de um novo ensaio competitivo policlonal (Tg-c) desenvolvido no Laboratório de Endocrinologia da UNIFESP com sensibilidade funcional de 20 ng/mL. Os resultados também foram comparados com os obtidos pelo ensaio por cromatografia líquida/espectrometria de massas (LC-MS/MS). No segundo projeto reportamos dois casos de interferência na dosagem de Tg por anticorpos heretófilos e os métodos usados para a investigação. No terceiro projeto foram selecionados 129 pacientes com CDT e anticorpos antitiroglobulina (AcATg) negativos e positivos para a comparação e avaliação do desempenho clínico de três ensaios diferentes de Tg (2 imunométricos e um ensaio por LC-MS/MS). Resultados: No primeiro projeto os pacientes que apresentavam doença estrutural e dosagens inapropriadas de Tg pelo ensaio imunométrico apresentaram níveis detectáveis de Tg-c variando entre 22 e 710 ng/mL. No segundo projeto, 2 pacientes que receberam critério de excelente resposta ao tratamento passaram a apresentar dosagens de Tg elevadas durante o seguimento (7,5 e 17 ng/mL) sem a detecção de doença estrutural. Realizamos diluição seriada nas amostras, que mostraram linearidade, porém as dosagens de Tg por outro ensaio imunométrico e por LC-MS/MS resultaram indetectáveis, comprovando a presença de interferentes que levaram a valores falsamente elevados. No terceiro projeto a correlação entre os dois ensaios imunométricos e o ensaio por LC-MS/MS foi substancial (r 0.950-0.985) nos pacientes com AcATg negativos e pobre entre os ensaios imunométricos e por LC-MS/MS (r 0.875-0.878) na presença de AcATg. 58.8% dos pacientes com doença estrutural e AcATg positivos apresentaram dosagem de Tg por LC-MS/MS indetectável. Apesar disso, nesses pacientes, a dosagem de Tg pelo ensaio imunométrico foi em torno de 30% mais baixa do que por LC-MS/MS. A sensibilidade em detectar doença estrutural nos pacientes com AcATg positivos foi maior pelo ensaio imunométrico do que por LC-MS/MS. Conclusões: Concluímos que os ensaios imunométricos ainda devem ser usados como método padrão para a dosagem de Tg, porém estão sujeitos a interferentes. Nessas situações, a dosagem de Tg por métodos diferentes como a LC-MS/MS e o ensaio competitivo policlonal ou por outro ensaio imunométrico podem apresentar benefícios.