Processamento auditivo central e voz na doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pacheco, Letícia do Rosário Amado [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Voz
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67595
Resumo: Objetivo. Investigar as habilidades do processamento auditivo central (PAC) por meio de uma plataforma online em idosos com doença de Parkinson (DP) e compará-las com a presença de queixa vocal, com a desvantagem vocal de voz autodeclarada e com a avaliação perceptivo-auditiva da voz. Método. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa institucional. Participaram 28 idosos (18 homens e 10 mulheres), voluntários, com diagnóstico de DP realizado pela Associação Brasil Parkinson (ABP), localizada em São Paulo, Brasil. A faixa etária variou de 60 a 80 anos (média de 69,79 anos), com a maior parte dos participantes apresentando elevado nível de escolaridade (14 ou mais anos de estudo) e o estágio da DP variou entre 1 e 2,5, sendo que a maioria dos participantes estavam no estágio 1 e 1,5 da doença (comprometimento unilateral). A maioria dos participantes (75%) apresentava perda auditiva em frequências altas, com grau variando entre normal e leve nas frequências médias. Nos participantes restantes, o grau observado foi moderado. Os procedimentos utilizados neste estudo oportunizaram caracterizar: 1) Qualidade da voz (grau geral de desvio vocal) via avaliação perceptivo-auditiva (APA) por duas profissionais experientes da área da voz; 2) Medidas autopercebidas pelo participante (desvantagem vocal e presença de queixa vocal); 3) Triagem do PAC, via plataforma online denominada de triagem AudBility. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial. Resultados. A amostra foi constituída por 50% de idosos com queixa vocal. Entre os idosos com queixa vocal, a maioria declarou apresentar desvantagem vocal, enquanto nos idosos sem queixa vocal, a maioria declarou não apresentar desvantagem vocal. Em 46,43% dos participantes a voz foi classificada por profissionais especializados como alterada. Todos conseguiram realizar a triagem via plataforma online AudBility e verificou-se que 75% dos participantes falharam da triagem AudBility. Não ocorreram diferenças estatisticamente significantes na categoria passou/falhou na triagem AudBility em relação à presença de queixa vocal, à APA e ao IDV-10. Quanto à presença ou não de queixa vocal autorreferida, verificou-se pior resultado na resolução temporal geral. Quanto à APA, verificou-se pior resultado no teste de figura-fundo em ambas as orelhas e no teste de resolução temporal em 2 milissegundos. Ocorreu correlação negativa entre o teste de figura-fundo ipsilateral OD e a média da avaliação. Assim foi possível afirmar que quanto pior o desvio vocal, pior o desempenho em figura fundo OD na triagem AudBility. Conclusão. Todos os participantes conseguiram realizar a triagem online AudBility constituída pelos seguintes testes: consoante vogal por orelha, dicótico de dígitos integração, figura-fundo ipsilateral, resolução temporal e ordenação temporal intensidade e frequência. A maioria falhou na triagem. Assim, recomenda-se a triagem AudBility em idosos, pois poderá auxiliar na sua reabilitação fonoaudiológica.