Narrativas em hesitação e recusa vacinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cunegundes, Kelly Simone Almeida [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71571
Resumo: A Hesitação vacinal (HV) é um fenômeno relacionado ao receio, atraso, recusa parcial ou total das vacinas recomendadas pelos programas de imunização. Este fenômeno tem causado preocupação pois ameaça conquistas importantes no campo da saúde pública no que concerne à redução da morbi-mortalidade das doenças imunopreviníveis. Objetivo: compreender o processo de decisão dos pais hesitantes sobre (não) vacinar. Avaliar os significados que estes pais atribuem à vacinação e quais vivências as decisões acerca da vacinação podem suscitar. Métodos: Abordagem qualitatita com o emprego de entrevistas em profunidade realizadas entre setembro de 2020 e julho de 2021. A amostra foi constituida a partir da estratégia de bola de neve e o número de participantes estabelecido usando o princípio da saturação teórica. Foram incluídos pais que se enquadravam na definição de HV proposta pela OMS, ou seja, atrasavam ou recusavam uma, algumas ou todas as vacinas. As entrevistas foram gravadas digitalmente, transcritas in verbatim e textualizadas. A análise das entrevistas foi realizada usando a fenomenologia interpretativa. Resultados: Foram incluídos dez pais e mães. Todos apresentavam escolaridade elevada, com pelo menos nível superior completo. Foram identificados quatro temas: estilo de vida natural; pressão social no contexto da vacinação (interação com profissionais de saúde, familiares, amigos); pandemia e vacinação contra COVID-19; desconfiança nas vacinas, indústria farmacêutica, profissionais de saúde e instituições. Conclusão: A HV é um fenômeno complexo e multifacetado. A abordagem efetiva requer monitoramento contínuo dos diversos sub-grupos no que se refere aos valores, motivações e identidade cultural. As campanhas de vacinação e as intervenções face-a-face devem ser guiadas pelo entendimento cultural dos diferentes grupos compreendidos sob o guarda-chuva da HV.