A Matemática Moderna na Formação de Professores da Secretaria Municipal de São Paulo (SMSP), 1960-1970: processos e dinâmicas de constituição de novos saberes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gouveia, Relicler Pardim [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67138
Resumo: Este estudo tem como objetivo fazer uma incursão na história da educação matemática, por meio de um exame dos saberes matemáticos considerados como elementos do saber profissional do professor que ensina matemática nos primeiros anos do ensino primário em tempo do Movimento da Matemática Moderna – MMM no âmbito da SMSP. A escrita do texto norteia-se pela seguinte questão: que processos e dinâmicas estiveram presentes na formação de professores em tempos da Matemática Moderna dados pelos documentos da Secretaria Municipal de São Paulo, no período de 1960 – 1970? Para respondê-la, foram analisados documentos elaborados pela Prefeitura Municipal de São Paulo – PMSP e destinados à formação de professores do município; documentos orientadores da formação de professores, elaborados por organismos oficiais da Secretaria Municipal de São Paulo – SMSP; livro didático; manual pedagógico. Como referências teórico- metodológicas da pesquisa, mobilizam-se conceitos advindos da História, De Certeau (2011); da História Cultural, Chartier (1990), com termos representação e apropriação; da sócio-história, em especial os conceitos de “saber a ensinar” e “saber para ensinar” constructos teóricos elaborados por Hofstetter e Schneuwly (2017) e da História da Educação Matemática, estudos mais próximos do tema da pesquisa, como os de Bertini, Morais e Valente (2017), com o uso de conceitos como matemática a ensinar e matemática para ensinar. As análises evidenciam que a SMSP adotou o caminho de divulgar e formar os professores, utilizando-se de materiais acessíveis, e que pudessem lhes auxiliar. Dentre os recursos materiais utilizados, destacam-se: flanelógrafo, cartaz de pregas, materiais manipulativos, desenhos na lousa, situações do dia a dia e da utilização de objetos como dispositivos para um ensino intuitivo de modo a tornar a matemática mais significativa. As análises dos documentos levam a entender que a “matemática moderna”, presente tanto nas normativas elaboradas pela SMSP, quanto nos manuais e livros didáticos, deveria ser entendida como uma apropriação do que se propagava com o MMM. As formas, os métodos, o modo de graduação, a sequência, os materiais são multiformes, característicos de um período de transição. Diante isso, constata-se que se estruturou durante as décadas de 1960 e 1970 uma matemática moderna para ensinar, no município de São Paulo, tendo em conta os processos e as dinâmicas de elaboração dessa matemática, as ações dos especialistas da PMSP e a interlocução com as práticas dos professores a quem a documentação orientadora do ensino era destinada.