Radioterapia hipofracionada no tratamento de câncer de mama em estádio inicial : metanálise e impacto orçamentário
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5296153 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49864 |
Resumo: | Objetivo: Avaliar a eficácia, a segurança e o impacto orçamentário da radioterapia hipofracionada em mulheres com câncer de mama em estágio inicial, após terem realizado a cirurgia conservadora de mama. Métodos: Realizamos busca nas bases de dados Embase (Ovid), Medline (Ovid), Cochrane Library e Lilacs para a confecção da revisão sistemática seguida de metanálise de estudos randomizados controlados (ERC) que comparam o fracionamento convencional com o hipofracionamento. Avaliamos a recorrência local, recorrência loco-regional, recorrência à distância, mortalidade, sobrevida livre de doença (definida como qualquer evento devido ao câncer ou morte devido ao câncer), isquemia cardíaca, fratura de arcos costais sintomática, fibrose de pulmão sintomática, cosmese (adequada/inadequada) em até 5 anos do tratamento e após pelo menos 5 anos do tratamento. Diminuição de volume da mama, endurecimento da mama, telangiectasia, edema mamário, rigidez no ombro e edema no braço, foram avaliados em até 10 anos. Também avaliamos a toxicidade aguda na pele devido à irradiação. Construímos um modelo de impacto orçamentário no Excel para simular o impacto do aumento do uso da radioterapia hipofracionada ao invés da radioterapia convencional no tratamento de mulheres brasileiras acima de 50 anos com câncer de mama inicial. O modelo compara radioterapia hipofracionada (2,67Gy / fração) com radioterapia convencional (2 Gy / fração). Determinamos o número de mulheres com mais de 50 anos com estádios 1 e 2 de neoplasia maligna de mama que realizaram a radioterapia adjuvante em 2013 e 2014 e então projetamos essas populações para os anos de 2018 a 2022. Consideramos os custos do planejamento da radioterapia, usando acelerador linear de fótons e a realização do filme de verificação. Consideramos um aumento anual de 20% de uso da radioterapia hipofracionada para os anos 2018 a 2022 (2018 com 20% de uso do hipofracionamento, 2019 com 40% de uso do hipofracionamento, 2020 com 60% de uso do hipofracionamento, 2021 com 80% de uso do hipofracionamento e 2022 com 90% de uso do hipofracionamento). O tempo de fração do tratamento foi estabelecido como 15 minutos. Resultados: Incluímos 10 publicações de 7 ERC. Não houve diferença significativa entre a radioterapia convencional e hipofracionada em relação aos desfechos recorrência local, recorrência loco-regional, recorrência à distância, mortalidade, sobrevida livre de doença, isquemia cardíaca, fratura de arcos costais sintomática, fibrose de pulmão sintomática e cosmese (adequada/inadequada), em até 5 anos do tratamento e após 5 anos do tratamento. Também não houve diferença para iv a diminuição de volume da mama, endurecimento da mama, rigidez no ombro e edema no braço, parâmetros que foram avaliados em até 10 anos. Porém houve diferença significativa para os desfechos edema mamário (RR 0,64 [IC 95%; 0,49 a 0,84], telangiectasia (RR 0,26 [IC 95% 0,10 a 0,66]), e toxicidade aguda na pele devido à irradiação (RR 0,27 [IC 95% 0,18 a 0,40]) favorecendo o hipofracionamento. A utilização da radioterapia hipofracionada ao longo de 5 anos foi capaz de diminuir o número de horas de tratamento (- 50.675 horas) e o custo total do tratamento (- R$ 12.161.962,49). Essas horas livres do equipamento poderiam permitir que 622, 1.401, 2.339, 3.439 e 4.063 pacientes adicionais tivessem acesso ao tratamento do câncer de mama durante os anos de 2018 a 2022, respectivamente. Conclusão: Em mulheres com câncer de mama em estágio inicial, com mais de 50 anos, que realizaram a cirurgia conservadora de mama, que não utilizaram quimioterapia prévia, e em que a dose ao longo do eixo axial da mama não ultrapassou ±10%, o hipofracionamento apresentou eficácia e segurança não diferente da convencional em termos de recorrência local, recorrência loco-regional, recorrência à distância, mortalidade, sobrevida livre de doença definida como qualquer evento devido ao câncer, isquemia cardíaca, fratura de arcos costais sintomática, fibrose de pulmão sintomática, cosmese, diminuição do volume da mama, endurecimento da mama, rigidez no ombro e edema no braço. A radioterapia hipofracionada, além de diminuir o edema mamário, a telangiectasia e a toxicidade aguda na pele devido à irradiação, permite otimizar o sistema de saúde por economizar dinheiro, diminuir o esquema de tratamento e proporcionar acesso ao tratamento para mais pacientes. |