Efeito de fármacos ototóxicos na audição de recém-nascidos de alto risco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Camara, Marilia Fontenele e Silva [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20596
Resumo: Objetivos: Calcular a prevalência da perda auditiva sensorioneural em recém-nascidos de alto risco; verificar se existe associação causal entre o uso de fármacos ototóxicos em neonatos de alto risco e a perda auditiva sensorioneural; identificar demais fatores que se associam à perda auditiva sensorioneural em neonatos de alto risco; estabelecer a freqüência de mutações genéticas relacionadas à perda auditiva sensorioneural em recém-nascidos de alto risco. Métodos: A pesquisa realizada foi analítica etiológica retrospectiva, do tipo caso-controle, aninhado em estudo de coorte, realizada em 250 recém-nascidos de alto risco prematuros com permanência mínima de 48 horas em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, perfazendo um total de 29 casos e 221 controles. Na primeira etapa do estudo, após a alta hospitalar, foi realizada coleta de dados dos prontuários e, com os responsáveis, triagem auditiva por emissões otoacústicas-produto de distorção, timpanometria e pesquisa do reflexo cócleo-palpebral. Na segunda, três meses após a alta hospitalar, foi realizada nova coleta de dados, a respeito das intercorrências neste período, triagem auditiva por emissões otoacústicas-produto de distorção, timpanometria e pesquisa do reflexo cócleo-palpebral; e na terceira etapa, seis meses após a alta, foi realizada nova coleta de dados, quanto às intercorrências neste período, emissões otoacústicas-produto de distorção, timpanometria, pesquisa do reflexo cócleo-palpebral e audiometria com reforço visual. Nos casos com suspeita de perda auditiva, foi realizado também o potencial evocado auditivo de tronco encefálico e emissões otoacústicas transientes. Para a correta análise dos resultados da pesquisa e descartar a possibilidade de a perda auditiva ser de origem genética não sindrômica ou das crianças serem portadoras de suscetibilidade genética para aminoglicosídeos, foi realizado exame genético para as mutações 35delG e mitocondriais A1555G e A7445G em todas as crianças. Resultados: Foram analisadas as variáveis independentes relacionadas à perda auditiva sensorioneural; associação entre o uso de fármacos e a ocorrência desta perda; análise do uso de cada fármaco isolado e a ocorrência de perda auditiva sensorioneural; análise das combinações de dois fármacos; comparação da prevalência de perda auditiva sensorioneural entre recém-nascidos que fizeram uso de dois fármacos juntos e a prevalência entre aqueles que fizeram uso de um ou do outro ou de nenhum dos dois fármacos da combinação; e estimativa, por meio de regressão logística, da associação não ajustada e ajustada entre o uso de dois fármacos juntos e a ocorrência de perda auditiva sensorioneural; e freqüência das mutações genéticas 35 delG, e mutações mitocondriais A1555G e A7445G. Conclusões: A prevalência da perda auditiva sensorioneural nos neonatos de alto risco foi de 11,6%; houve associação causal entre a perda auditiva sensorioneural em neonatos de alto risco e os fármacos ototóxicos administrados em conjunto: amicacina e cefotaxima (OR 5,35), cefotaxima e furosemida (OR 7,02), ceftazidima e furosemida (OR 12,17), ceftazidima e vancomicina (OR 9,12); existem dois fatores fortemente associados à perda auditiva sensorioneural, o uso de assistência ventilatória por meio de máscara e septicemia; e a freqüência das alterações genéticas foi de 0,8% da mutação 35delG em heterozigoze e de 0% das mutações mitocondriais A1555G e A7445G.