Astrocitoma pilocítico em adultos: estudo histopatológico, imuno-histoquímico e molecular com correlação clínico-patológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Marcos, Débora Salles [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67530
Resumo: Introdução: Os astrocitomas pilocíticos são os tumores primários do SNC mais encontrados em crianças e adolescentes, sendo raros em indivíduos adultos. Enquanto alguns autores relatam ter encontrado um prognóstico favorável quando o tumor é encontrado na faixa etária adulta, outros o associaram a uma maior mortalidade. A alteração molecular mais observada em casos de astrocitoma pilocítico no grupo pediátrico é a fusão gênica BRAF-KIAA1549, e ainda existem poucos estudos que confirmem a presença desta fusão na população adulta. Objetivo: Este estudo se propôs a investigar a presença de fusões do gene BRAF na região 7q34 em indivíduos adultos com astrocitoma pilocítico, além de identificar a expressão imuno-histoquímica de BRAFV600E, associando estes achados aos histopatológicos e clínicos. Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico que culminou nos Capítulos I, II e III, que abordam as principais informações acerca do tumor e seu desenvolvimento. A partir disso, seguiu-se um estudo retrospectivo contido no Capítulo IV, relativo a 21 pacientes com idade superior a 18 anos com diagnóstico de astrocitoma pilocítico. As amostras foram selecionadas após análise de materiais dos anos de 1991 a 2015, provenientes do arquivo do Departamento de Patologia da UNIFESP, e submetidos à revisão histopatológica, exame imuno-histoquímico e FISH. Resultados: Através da avaliação da imunorreatividade de BRAFV600E, 29% dos casos foram classificados como grupo 1, 57% como grupo 2 e 14% como grupo 3, sendo considerados como positivos apenas os grupos 2 e 3. Na análise por FISH encontrou-se a fusão BRAF-KIAA1549 em apenas um caso, enquanto em outros dois foram encontradas deleções referentes à fusão FAM131B-BRAF. Conclusão: Os casos considerados positivos para a imunorreatividade de BRAFV600E potencialmente podem ser tratados com inibidores de BRAF, enquanto para os casos negativos é necessário realizar uma confirmação diagnóstica através de técnicas moleculares para escolher o tratamento adequado. Em relação às fusões gênicas, sugere-se que a presença da variante FAM131B-BRAF possa ser mais significativa nestes indivíduos. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo brasileiro que objetivou investigar as possíveis alterações genéticas no gene BRAF em astrocitomas pilocíticos, especificamente em indivíduos adultos. Apenas 1 paciente veio a óbito, porém por complicações operatórias e não pela doença em si, sugerindo uma boa evolução destes indivíduos. Por fim, propõem-se novos estudos que investiguem outros genes e suas alterações, bem como novas propostas de marcadores imuno-histoquímicos que sejam relevantes.