Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Kato, Juliana Tieko [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/64041
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Resumo: |
Introdução: A microbiota intestinal (MI) é considerada um potencial alvo terapêutico para a doença arterial coronariana, entretanto, poucos estudos avaliaram as alterações e a influência da composição da MI no pós infarto agudo do miocárdio (IAM). Há uma dificuldade em estabelecer uma assinatura microbiana devido aos inúmeros fatores confundidores, como por exemplo, a associação com outras patologias, dieta, uso de medicamentos e a localização geográfica, que mostra ter grande influência na composição da MI. Além disso, estudos realizados em animais não conseguem ser extrapolados para humanos. Objetivo: Identificar as alterações na composição da microbiota intestinal em indivíduos com diabetes mellitus do tipo 2 (DM) ou sem DM [pré-diabéticos (PDM) e não diabéticos (NDM)] nas primeiras 24 horas (T0), 30 (T1) e 180 dias (T2) após infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Métodos: Foram incluídos 173 pacientes do protocolo BATTLE-AMI e sequenciadas 355 amostras de fezes, a análise da metagenômica foi realizada utilizando a técnica que se baseia na extração de DNA e amplificação do gene rRNA 16S, os dados foram processados pela plataforma Miseq (Illumina) e analisados utilizando o software Illumina 16S Metagenomics. Outras análises das amostras foram feitas no programa SPSS versão 21 utilizando testes não paramétricos, para comparação entre grupos foi utilizado o teste Mann-Whitney e para amostras pareadas o teste de Friedman. O nível de significância foi de p<0,05, e quando necessário os valores de p das amostras fecais foram ajustados por teste de comparações múltiplas FDR (False Discovery Rate). Os indivíduos foram divididos em grupos no momento basal, de acordo com os valores de hemoglobina glicada (HbA1c), <5,7% (NDM, n=23), 5,7 a 6,5% (PDM, n=33) e >6,5% (DM, n=29). Resultados: No momento basal foram encontradas diferenças significativas entre o grupo NDM vs DM, com aumento do filo Firmicutes (P-FDR=0,035) e classe Clostridia (P-FDR=0,041), além de, redução do filo Verrucomicrobia (P-FDR=0,035) e classe Verrucomicrobiae (P-FDR=0,045) no grupo NDM. Ainda no momento basal, não foram encontradas diferenças na α-diversidade entre os grupos, porém, a β-diversidade mostrou que o grupo PDM diferia em relação a NDM. Em T1 houve um aumento do gênero Dickeya no grupo DM vs NDM (P-FDR=0,05) e PDM (P-FDR=0,01), já em T2 observou-se um aumento do filo Verrucomicrobia em DM vs NDM (P-FDR=0,02). A análise entre os tempos mostrou diminuição do filo Bacteroidetes (P-FDR=0,04) e aumento de Proteobacterias (P-FDR=0,04) em T0 vs T1, além de, aumento da família Lachnospiraceae (P-FDR=0,04) T2 vs T0. A análise pareada de 45 indivíduos mostrou diferenças entre as abundâncias relativas do filo Bacteroidetes (P=0,02) com redução em T0 vs T2 e alterações dos gêneros Faecalibacterium (P<0,01) com aumento em T0 vs T1 e T2, Streptococcus (P=0,04) diminuídos em T1 vs T2 e Prevotella (P=0,02) reduzido em T0 vs T2. A α-diversidade mostrou uma redução de T1 e T2 vs T0, e a análise de β-diversidade não mostrou diferença significativa. A razão Firmicutes/Bacteroidetes não diferiu entre os grupos e tampouco entre os tempos. Conclusão: Houve diferença na composição da MI apenas dos grupos NDM vs DM nos três tempos. Além disso, em conjunto foi observado um perfil mais inflamatório no momento basal com melhora em 180 dias após o infarto. |