Sobrepeso e obesidade no diabetes mellitus do tipo 1: prevalência e fatores relacionados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Valente, Fernando [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69521
Resumo: Objetivo: Identificar as características do histórico familiar e os fatores de risco para doença cardiovascular (DCV) associados ao sobrepeso e à obesidade em brasileiros com diabetes tipo 1 (DM1). Métodos: Realizamos análises antropométricas e laboratoriais transversais em jovens com DM1, divididos segundo o status de IMC em peso normal, sobrepeso ou obesidade, e em controles voluntários sem doenças crônicas e sem história familiar de diabetes. Resultados: Dos 181 participantes com DM1 (idade média de 23.6 ± 5.5 anos), 87 eram mulheres e 94 homens (64%/78% peso normal, 27%/15% sobrepeso e 9%/7% obesidade). Em relação aos homens com sobrepeso e peso normal, os com obesidade tinham idade maior (29.4±3.7 vs 23.2±5.8 vs 22.5±5.3 anos, p=0.01); eram mais propensos a serem negros (57.1% vs 7.1% vs 7.0%); apresentaram níveis mais elevados de triglicerídeos (180±140 vs 74±34 vs 87±57 mg/dL, p=0.03) e pressão arterial (PA) diastólica (85±8 vs 79±9 vs 73±10 mmHg, p=0.01), menor estimated glucose disposal rate (eGDR) (5.4±1.9 vs 6.8±1.9 vs 7.9 ± 1.7 mg/kg/min, p<0.01) e maior prevalência de parentes de primeiro grau com hipertensão (100% vs 57.1% vs 50.7%, p=0.03) e DCV precoce (28.6% vs 7.1% vs 2.7%, p=0.02). Mulheres com obesidade e sobrepeso eram mais predispostas a ter menor eGDR (5.4±2.4 vs 6.1±2.1 vs 8±2.1 mg/kg/min, p<0.01), e mulheres com obesidade eram mais propensas a ter um parente de primeiro grau com obesidade (62.5% vs 47.8% vs 25.5%, p=0.03). Não houve diferença na adiponectina de alto peso molecular (HMW adipo) e na visfatina entre os grupos de IMC de pessoas com DM1. Os polimorfismos da visfatina e do Fat mass and obesity associated gene (FTO) analisados não foram associados ao excesso de peso no grupo com DM1. Com idade semelhante (23.9±3.5 anos) aos participantes com DM1, os controles tinham menor IMC (21.9±2.3 vs 23.9±4.2 kg/m2, p<0.01) e circunferência abdominal (75.9±8.2 vs 85.5±10.6 cm, p<0.01), menor PA sistólica (102±12 vs 115±15 mmHg, p<0.01) e diastólica (66±8 vs 74±10 mmHg, p<0.01), maior HDL (64±19 vs 55±15 mg/dL, p<0.01), maior HMW adipo (15.66±12.09 vs 10.35±10.79 μg/mL, p<0.01) e visfatina (6.75±3.69 vs 2.76±2.81 ng/mL, p<0.01). Conclusão: Um terço dos jovens com DM1 apresentava sobrepeso ou obesidade. O excesso de peso foi associado à história familiar de obesidade para mulheres e história familiar de DCV precoce ou hipertensão para homens. O IMC foi relacionado à diminuição da sensibilidade à insulina em ambos os sexos, mas apenas os homens com DM1 apresentaram comprometimento metabólico. Nossos dados destacam a importância de considerar o histórico familiar em indivíduos com DM1.