Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Lívia dos Santos [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66413
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Resumo: |
O Brasil entrou, recentemente, no contexto dos “novos laços globais” da migração no que se refere à chegada de mulheres do sudeste asiático, proveniente das Filipinas, para o trabalho doméstico no país, notadamente na cidade de São Paulo. Em decorrência da forma como vêm sendo arregimentadas e inseridas no contexto laboral, suas condições de trabalho e de vida têm sido agravadas pelas violações concernentes ao tráfico de pessoas, o que têm trazido consequências para sua saúde mental. Compreender essas consequências, portanto, é o objetivo deste estudo. Utilizando metodologia qualitativa, oito mulheres filipinas que trabalham como domésticas foram entrevistadas em profundidade a partir de roteiro semiestruturado. As oito interlocutoras entrevistadas, que chegaram a São Paulo com vaga de trabalho certa, foram arregimentadas por agência e/ou pelo próprio empregador. O material obtido foi analisado a partir de referencial teórico interdisciplinar, próprio do campo da Saúde Coletiva. Os relatos revelaram que o cotidiano laboral e de vida dessas mulheres são atravessados por violências que ocasionam sofrimento e, por conseguinte, têm provocado efeitos em sua saúde mental. As trabalhadoras domésticas filipinas residentes em São Paulo têm lidado com: o afastamento geográfico radical da família e a maternidade transnacional; a impossibilidade de retornarem ao país de origem; o engano e o abuso refletido na jornada exaustiva; submissão, ameaças e a restrição de liberdade; a impossibilidade de serem “elas mesmas”; e a inclusão e exclusão decorrentes do fato de serem falantes de língua inglesa. Por outro lado, os relatos também revelam sobre recursos, individuais e coletivos, e sobre redes de proteção e de suporte criados para o enfrentamento das dificuldades aqui vivenciadas. Este estudo também apresenta uma crítica à forma simplista e restrita de entendimento do fenômeno presente nas políticas antitráfico e em muitas pesquisas existentes no campo do tráfico de pessoas. Relacionando-o com questões sociais, econômicas, políticas e culturais, faz-se possível compreender algumas das condições estruturais que possibilitam as circunstâncias vivenciadas pelas mulheres filipinas em São Paulo. Tudo isso revela o quão complexo, multideterminado e multifacetado é o tema. |