O papel da pentraxina 3 como biomarcador para diagnóstico de fusariose invasiva em pacientes onco-hematológicos e receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gandolpho, Larissa Simão [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71079
Resumo: Introdução: A Doença fúngica invasiva ainda representa grandes desafios diagnósticos e terapêuticos, que implicam em piores desfechos para os pacientes onco-hematológicos. Embora Aspergillus seja o principal fungo filamentoso isolado na maior parte dos centros ao redor do mundo, observa-se um aumento progressivo na ocorrência de fungos filamentosos não-Aspergillus, especialmente aquelas causadas por espécies de Fusarium. Esses achados epidemiológicos são particularmente relevantes considerando a dificuldade no diagnóstico precoce, a refratariedade ao tratamento antifúngico e a alta mortalidade frequentemente observadas nessas infecções. Portanto, torna-se evidente a importância de estudos que investiguem diferentes aspectos da história natural dessas micoses, e principalmente, estratégias terapêuticas e diagnósticas precoces. Neste contexto, a pentraxina 3 tem sido reconhecida por desempenhar um papel significativo como adjuvante no diagnóstico de aspergilose invasiva. Portanto, é relevante investigar o potencial uso desse biomarcador para o diagnóstico de outros fungos filamentosos. Objetivos: Detectar e quantificar a presença de pentraxina 3 em amostras de soro de pacientes com fusariose provada e de grupos controles, assim como avaliar o potencial de uso da dosagem de pentraxina 3 como um biomarcador diagnóstico complementar para casos de suspeita de fusariose invasiva. Pacientes e Métodos: Foi realizado seleção retrospectiva de amostras armazenadas no biorepossitório do Laboratório Especial de Micologia-UNIFESP de casos provados de fusariose invasiva e dos seguintes grupos controles de pacientes: (I) Com aspergilose invasiva provada/provável, (II) Saudáveis (III) Com leucemia mieloide aguda e (IV) Receptores de Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas (TCTH). Ainda, foi selecionado de maneira prospectiva, (V) pacientes onco-hematológicos com bacteremia. Após, foram realizadas dosagens duplicadas das concentrações de pentraxina 3 nas amostras de soro selecionadas. Resultados: Após exclusão de oito casos que apresentaram níveis de detecção abaixo do limiar mínimo do teste, 55 soros de 54 pacientes foram analisados. Inicialmente, testou-se a hipótese nula de que as concentrações seriam iguais nos 6 grupos avaliados através da análise de variância. Observou-se que os níveis de pentraxina 3 variaram entre 5532,8 pg/mL e 299,5 pg/mL, sendo maiores no grupo aspergilose invasiva (5532,8 pg/mL), seguido pelo grupo fusariose invasiva (3718,1 pg/mL). Por outro lado, os indivíduos saudáveis apresentaram as menores concentrações séricas desta proteína (máxima de 385,7 pg/mL e mínima de 109.9 pg/mL). Após, os grupos foram comparados dois a dois, pelo teste post hoc de Dunn. A concentração sérica média de pentraxina3 em pacientes com fusariose invasiva (mediana= 2548,9 pg/mL) foi significativamente maior em relação aos controles saudáveis, com Leucemia Miolóide Aguda, receptores de TCTH ou bacteremia. No entanto, quando comparada ao grupo de aspergilose invasiva, não houve diferença estatística nos níveis observados entre pacientes com as duas infecções fúngicas. Após aplicação de correção de Bonferroni, observou-se que o teste perdeu nível de significância quando se comparou pacientes com doença fúngica versus bacteremia, provavelmente pelo pequeno tamanho amostral. Entretanto, observou-se que apenas amostras que representavam alguma infecção fúngica (fusariose ou aspergilose) apresentaram valores de pentraxina3 que ultrapassavam 1000 pg/mL. Além disso, todas as amostras obtidas de pacientes com doença fúngica apresentaram valores entre 1000 e 4000 pg/mL, enquanto nenhuma amostra de grupo controle apresentou valores superiores a 1000 pg/mL. Conclusão: O perfil de resposta da pentraxina3 em pacientes com fusariose invasiva é possivelmente análogo ao da aspergilose invasiva, sugerindo que quando associada a outros marcadores, como a galactomanana, pode desempenhar um papel crucial no diagnóstico precoce da aspergilose invasiva e, potencialmente, de outras infecções causadas por Fusarium e outros fungos filamentosos.