Ansiedade na infância como preditor de experiências psicóticas na adolescência em uma coorte comunitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Viviane Machado [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69269
Resumo: Introdução: Experiências psicóticas (Psychotic likeexperiences PE) são delírios e/ou alucinações que são geralmente transitórios e não associados a prejuízo funcional. Na adolescência, entretanto, PE pode ser um marcador precoce do desenvolvimento de doenças mentais. Estudos com populações de de alto risco clínico (clinical high risk CHR) para psicose mostram que os sintomas de ansiedade muitas vezes precedem o início da psicose. Embora os sintomas psicóticos sejam frequentemente experimentados com sintomas de ansiedade em todo o continuum da psicose, se a ansiedade antecipa ou é causada pelo PE permanece incerta. Além disso, não há na literatura estudo que tenha analisado a associação entre ansiedade e PE longitudinalmente usando modelos preditivos como crosslagged panel model (CLPM). O objetivo principal do presente estudo é, através desse método, investigar a direcionalidade da associação entre PE e ansiedade ao longo do desenvolvimento, determinando se um dos sintomas pode predizer o outro. Métodos: 2.194 crianças da Coorte Brasileira de Alto Risco (BHRC) foram avaliadas no início do estudo (T0) e 76,5% completaram uma entrevista de acompanhamento de 3 anos (T1). Os sintomas de ansiedade na infância e PE foram avaliados por meio de questionários padronizados de autorrelato em ambos os momentos. Modelo de CLPM avaliou associações temporais entre PE e ansiedade longitudinalmente. Resultados: Níveis mais altos de ansiedade na infância se associaram a um aumento significativo nos níveis de PE na adolescência (β= 0,03, SE=0,01, p=0,002), mesmo controlado por características sociodemográficas e clínicas. No entanto, o escore de PE na infância não se associou aos níveis de ansiedade na adolescência. Conclusão: Nossos achados sugerem que maiores níveis ansiedade na infância podem predizer o aumento das PE na adolescência, sugerindo serem um alvo para intervenções preventivas em crianças. Por ansiedade ser muito frequente na infância, estudos posteriores devem confirmar os achados apresentados e investigar outros preditores para aumentar o valor preditivo para a identificação de indivíduos em risco para transtornos psicóticos.