Do formal ao do formal ao real: o currículo em ação na Educação de Jovens e Adultos da rede estadual de São Paulo (1995-2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bouças, Fábio dos Santos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EJA
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66125
Resumo: A história da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é marcada pelos avanços e retrocessos que variam de acordo com o grupo que ocupa o poder. O currículo, como construção social que deve ser analisado tanto no nível das prescrições quanto das realizações práticas (GOODSON, 1995) está sujeito a esses revezes e por isso constitui-se como objeto privilegiado de análise junto às prescrições educacionais. Posto assim, o objetivo desta pesquisa é investigar qual é o currículo em ação ofertado à EJA 4 escolas da diretoria na Diretoria de Ensino de Itaquaque-cetuba, que faz parte da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC). O recorte temporal escolhido foi o período entre 1995 e 2020, em que governadores do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) se alternaram no poder e implementaram reformas educacio-nais importantes que definiram a forma de atendimento (ou não) aos jovens e adultos. O refe-rencial teórico escolhido para compreensão e análise dos currículos foram Apple (2006), Goo-dson (1995) e Sacristán (2000). A seleção e análise dos documentos oficiais foram feitas de acordo com Cellard (2008) e Faria Filho (1978). As análises dos cadernos escolares foram apoiadas por Chartier (2002), Gvirtz e Larrondo (2008) e Mignot (2008). Para situar a EJA histórica e legalmente contribuíram Beisiegel (2004), Gadotti (2011), Haddad e Di Pierro (2000), Leite (2013) e Paiva (1973). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com 08 (oito) professores da rede atuantes na EJA mediante um roteiro pré-elaborado e testado se-gundo Bourdieu (1998), Duarte (2004) e Thompson (1992) e analisadas à luz da análise de conteúdo de Bardin (2006). Após a triangulação da pesquisa em análise documental, entrevis-tas semiestruturadas dos professores que lecionaram na EJA nas escolas da diretoria já citada e por fim análise dos registros de Língua Portuguesa em 9 cadernos cedidos por 3 estudantes da modalidade nestas mesmas escolas, conseguimos reconstruir parte do currículo em ação na modalidade. Ele é uma versão aligeirada e compacta do currículo da educação de crianças e adolescentes, não dialoga com a realidade dos estudantes, não prepara para o mercado de tra-balho, tampouco para o ingresso nas universidades. Desta forma o currículo da EJA, a despei-to do que diz o Parecer 11/2000 (BRASIL, 2000), não é eficiente para cumprir as funções que a modalidade tem como baliza e objetivo, que são: Reparar o direito que foi negado, qualificar o estudante e equalizar as possibilidades de reinserção no ambiente escolar, no mundo do tra-balho entre outras práticas sociais de uma sociedade grafocêntrica.