Funcionalidade e incapacidade em crianças e adolescentes com epilepsia: uso da escala de funcionalidade pedi-cat e classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinho, Marilia Frota
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62550
Resumo: Introdução: Funcionalidade é um termo que abrange todas funções e estruturas do corpo, atividade e participação. Algumas pesquisas têm procurado identificar os fatores relacionados a epilepsia e independência funcional sendo observado que as variáveis clínicas não explicam completamente os atrasos no desenvolvimento nessas crianças. O objetivo do estudo é avaliar e classificar a funcionalidade em crianças e adolescentes com epilepsia sem deficiência moderada ou grave através da escala PEDI-CAT e conceitos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Métodos: O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética da Unifesp e foi prospectivo e transversal. Foram utilizados a escala de inteligência – Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI), escala adaptativa de funcionalidade – Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade – Testagem Computadorizada Adaptativa (PEDI-CAT) e o questionário de Sobrecarga do Cuidador – Burden Interview (BI). A amostra consistiu em 42 pacientes com epilepsia, acompanhados no ambulatório da Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias (UNIPETE) da Unifesp. O critério de inclusão foi idade entre 4 e 18 anos, de ambos os sexos, e o de exclusão, presença de deficiência física e/ou comorbidades graves (clínicas ou neuropsiquiátricas) que impossibilitassem a aplicação dos testes. Os testes estatísticos foram o coeficiente de Correlação de Spearman. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 10,4 anos. (± 3,72), duração da doença 5,9 anos (± 3,94) e início das crises 4,5 anos (± 3,43); tipo de epilepsia foi focal em 69% e com etiologia desconhecida em 49%; o número médio de medicamentos anticrises (MAC) foi de 1,8 (± 1,06) e o quoeficiente intelectual (QI) 73,4 (± 16,93). As médias da amostra em cada domínio da escala PEDI-CAT, de acordo com a tabela normativa do próprio instrumento, foram: Atividade de Vida Diária – (escore T = 36,4 (± 15,72); escore Z= -1,34); Mobilidade – (escore T= 39,3 (± 13,84); escore Z = -1,07); Social/Cognitivo – (escore T= 28,0 (± 13,17); escore Z= -2,20); Responsabilidade – (escore T= 29,3 (± 11,64); escore Z= -2,07). A funcionalidade esteve prejudicada nos domínios Social/Cognitivo e Responsabilidade do PEDI-CAT. Correlações negativas foram observadas entre os quatro domínios do PEDI-CAT e a duração da epilepsia e com os resultados da escala BI. Correlações positivas foram observadas entre os domínios do PEDI-CAT e o QI. Na etapa de correspondência entre o PEDI-CAT e a CIF, os 9 capítulos do componente Atividades e Participação da CIF foram representados no primeiro instrumento. A análise da frequência de respostas indicou que as dificuldades na funcionalidade apresentaram uma tendência a diminuírem ao longo da vida nessa amostra, de acordo com a classificação da CIF. Conclusão: Pacientes com epilepsia sem deficiência moderada ou grave apresentaram déficits principalmente nas áreas relacionadas aos domínios Social/Cognitivo e Responsabilidade da escala PEDI-CAT. Os maiores escores do PEDI-CAT foram correlacionados positivamente com o QI e foram inversamente proporcionais à duração da doença e à sobrecarga do cuidador. A vinculação identificada entre a escala PEDI-CAT e a CIF mostrou-se útil e pode ser aplicada especialmente ao se comparar idades diferentes no mesmo sujeito.