Efeito do condicionamento de medo ao som na expressão de c-fos, Egr1 e Arc no estriado, hipocampo e córtex pré-frontal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Antonio, Bruno de Brito [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo [UNIFESP]
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11600/41514
Resumo: Diversos estudos sugerem a existência de múltiplos sistemas de memória, que interagem entre si, de forma competitiva ou comparativa. Existem evidências de que os processos de aprendizagem e memória dependem da integridade do hipocampo, estriado e córtex pré-frontal. Já foi demonstrado que essas três estruturas estão envolvidas com o condicionamento de medo, uma tarefa comportamental que avalia a memória. Durante o treino da tarefa de condicionamento de medo, utiliza-se um choque nas patas que pode ser pareado com o ambiente (contexto foreground; CMC) ou com um estímulo discreto, como um som (nesse caso, o condicionamento do contexto fica em segundo plano, chamado de contexto background; CMS). Outra maneira de se estudar a memória é por meio da biologia molecular, estudando genes relacionados a plasticidade neural, como os genes de expressão imediata. No entanto, o papel do estriado no condicionamento de medo ao som (CMS) ainda não totalmente esclarecido. Nosso objetivos foi avaliar a expressão dos genes de expressão imediata após uma tarefa de memória no estriado. No presente estudo, o hipocampo foi inativado com AP-5 a fim de se verificar a possível interação entre estruturas cerebrais, através da análise dos genes de expressão imediata (IEGs) c-fos, Egr-1 e Arc no hipocampo, estriado e córtex pré-frontal após o treino da tarefa de CMS. Na primeira etapa do estudo, foi possível observar que o AP-5 causou um prejuízo no CMC, mas não no CMS. Na segunda etapa do estudo, verificamos a expressão gênica (por meio da técnica de PCR em tempo real) e protéica (por meio da técnica de westen blot) dos IEGS 30 e 90 minutos após o treino do CMS. Quando o CMS fosse realizado e o hipocampo estivesse inativado com AP-5, era de se esperar que a participação contextual fosse menor; assim, a participação do estriado nesse tipo de condicionamento poderia ser melhor estudada. No entanto, os nossos dados sugerem que a administração de AP-5 no hipocampo não interfere com a expressão proteica de c-fos, egr1 e arc no estriado, já que os grupos de animais que receberam AP-5 são iguais aos seus grupos controles que receberam salina. Além disso, a administração de AP-5 diretamente no hipocampo aumentou a expressão gênica dos IEGs 30 minutos depois da tarefa. Por fim, os dados mostram que os grupos que receberam o pareamento e o grupo só exposto ao ambiente apresentam uma menor expressão protéica relativa de EGR1 quando comparado aos animais que só receberam a administração de droga. Uma menor expressão dos IEGs pode estar relacionada com o funcionamento da via neuroanatômica do estriado, relacionado com o padrão de ativação dos neurônios dopaminérgicos, que modificaria a plasticidade sináptica no estriado. O presente estudo mostra como as estruturas relacionadas à memória e à aprendizagem, como o estriado e córtex pré-frontal estão envolvidas na tarefa do condicionamento de medo ao som.