Círculos de Leitura e a produção de uma microrrevolução do desejo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gonçalves, Danilo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61788
Resumo: O objetivo desta pesquisa é investigar a relação entre o aparelho estatal escolar e uma nova modalidade de produção de subjetividades no campo educacional. A hipótese consiste em sustentar que, ao gerar experimentações por meio da máquina de expressão literária, a semiotização dominante escapa ao controle e possibilita a produção de uma microrrevolução do desejo. A intenção é despertar a atenção para as alterações provocadas na Educação pelas novas redes políticas, aqui compreendidas como parte de um acirramento da influência da governamentalidade neoliberal sobre o aparelho de Estado educativo. Para tanto será investigada a relação entre o sistema de ensino e a produção do desejo levando em consideração a atual influência neoliberal na educação, segundo autores como Christian Laval e Stephen Ball, assim como, ao mobilizar alguns conceitos da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, será investigada a possibilidade de a própria máquina abstrata do capital produzir fissuras que podem ser úteis à criação de linhas de fuga. De acordo com esse referencial teórico, notadamente a partir dos conceitos deleuzo-guattarianos de máquina de guerra e de microrrevolução do desejo, apontar-se-ão distinções entre a utilização da literatura no aparelho estatal e em um think tank responsável pelo projeto Círculos de Leitura, bem como os efeitos que a literatura, enquanto máquina abstrata de mutação, pode suscitar. A metodologia fundamenta-se no acolhimento da literatura como um monumento de perceptos, de afectos e blocos de sensações que não devem ser interpretados, mas, sim, experimentados. Dessa forma será possível suspeitar que a função encontrada pelo aparelho estatal educativo para a literatura não está de acordo com as possibilidades que ela engendra. Assim, a partir da filosofia do acontecimento de Deleuze e Guattari, a contribuição desta investigação para o campo da Filosofia da Educação dá-se com a análise das potencialidades da literatura como um importante agenciamento para que a área da Educação não se torne apenas mais um mercado do Capitalismo Mundial Integrado.