Execução de manobras de reanimação neonatal após treinamento com simulação realística de alta fidelidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Conzi, Maria Florencia (UNIFESP)
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63769
Resumo: Introdução: A simulação realística é utilizada para o treinamento de profissionais de saúde em habilidades técnicas, cognitivas e comportamentais para aprimorar o desempenho na prática clínica. Objetivo: Comparar o tempo de indicação e execução dos procedimentos de reanimação neonatal realizados ao início e ao término do treinamento com cenários de simulação realística de alta fidelidade. Método: Estudo de intervenção realizado com 23 equipes (2 pediatras e 1 enfermeiro) provenientes de 23 maternidades públicas de 19 estados brasileiros em 2015-2016 no Laboratório de Simulação Realística Neonatal da Universidade Federal de São Paulo. A intervenção consistiu na atuação da equipe em diversos cenários de reanimação com simulador neonatal computadorizado (SimNewB, Laerdal®) dirigido por facilitadores neonatologistas por 8 horas. Os cenários foram gravados com três câmeras de alta resolução. Após randomização por sorteio de 205 vídeos, os tempos de indicação e execução dos procedimentos foram contados por 2 observadores independentes, verificando-se a concordância pelo teste de correlação intraclasse. Para cada equipe, comparou-se o tempo de indicação e de execução de cada procedimento ao início do primeiro e ao final do último cenário pelo teste de Wilcoxon pareado. Valores são expressos em mediana (p25-p75). Resultado: O tempo de graduação dos 46 pediatras era de 22 anos (13-26) e dos 23 enfermeiros de 8 anos (6-14); 89% dos pediatras e 48% dos enfermeiros recepcionavam recém-nascidos em salas de parto; 100% eram aprovados no curso de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria com manequins de baixa fidelidade. Quanto à concordância dos valores entre os observadores, foi quase perfeita ou substancial para a maioria dos procedimentos. O tempo de execução dos passos iniciais da reanimação reduziu de 28,5s (19,0-43,0) para 17,5s (12,5-25,5) [p=0,003] e o tempo da instalação da oximetria de pulso foi de 47,5s (34,0-63,5) ao início e de 36,5s (23,0- 56,0) ao final da intervenção. Houve decréscimo no tempo para iniciar a aplicação da ventilação com pressão positiva (VPP) com máscara facial de 37,5s (31,0-67,0) para 25,0s (18,5-39,0) [p=0,01], enquanto o número de ventilações/minuto aumentou de 31,6 (28,0-39,7) para 37,6 (33,6-53,5) [p=0,003]. Já o tempo de indicação de intubação orotraqueal também diminuiu de 5,0s (3,5-8,0) para 3,5s (3,0-4,5) [p=0,003], com mediana de 1 tentativa com sucesso (1-1), sem alteração na realização da intubação em 20s (14-31) vs 17,0s (13,5-31,0). Entretanto houve acréscimo no número de ventilações/minuto por cânula de 38,2 (31,0-47,0) para 45,9 (32,8-53,5) [p=0,003]. Quanto à relação compressões cardíacas para VPP permaneceu em apenas em 2,6:1 (1,1-3,2) ao início e em 2,7:1 (1,7-3,2) ao final da intervenção. Conclusão: O treinamento baseado em simulação realística de alta fidelidade em reanimação neonatal das equipes de profissionais da saúde promove a redução do tempo de execução dos procedimentos, principalmente dos passos iniciais e para aplicação da VPP. Práticas periódicas em cenários de reanimação neonatal são necessárias para a aquisição de habilidades técnicas, cognitivas e comportamentais dos profissionais nas situações menos frequentes e de maior complexidade, como a massagem cardíaca acompanhada da ventilação.