A leitura no encontro: a dinâmica do Laboratório de Humanidades (LabHum) como meio de intervenção em um grupo psicoterapêutico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Logatti, Maria Silvia Motta [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49800
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo investigar se a leitura e a discussão de clássicos da literatura mundial, com um grupo psicoterapêutico de pacientes psiquiátricos (Grupo Vida), pode ser uma forma de facilitar a abordagem e a compreensão da vivência de cada um e, consequentemente, possíveis usos terapêuticos deste dispositivo. O estudo foi feito a partir da aplicação da metodologia do Laboratório de Humanidades (LabHum) do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Foram realizadas duas experiências: 1) “O Alienista”, de Machado de Assis, 12 encontros e 21 participantes 2) “Sonho do Homem Ridículo”, de Fiódor Dostoiévski, oito encontros e 19 participantes. No total, sete participantes concederam entrevistas segundo a metodologia da História Oral de Vida. Os resultados foram analisados pela Imersão/Cristalização, técnica inspirada pela Fenomenologia Hermenêutica. Na primeira obra, os principais temas que emergiram foram: loucura, estigma, formas de tratamento, ciência e poder. Na segunda: sentir-se ridículo, suicídio, ciência, literatura, esperança, transformação, morte, amor, beleza, sofrimento, paraíso, inferno, compaixão, sonhos e conteúdos místicos. A partir de uma aproximação com a teoria do Donald Winnicott, foi possível reunir três aspectos considerados terapêuticos e que o LabHum foi um facilitador. Primeiro, a dinâmica pode ser considerada como um lugar terapêutico por contar com três qualidades essenciais (estabilidade, continuidade e afeto) de um espaço curativo (placement). Segundo, o LabHum funcionaria como um espaço de apresentação de um mundo exterior que levaria o participante a revisitar sua história com um novo olhar. E por fim possibilitaria uma forma de comunicação intermediária que permitiria trabalhar os conteúdos sem que o participante entrasse em um estado defensivo. A conclusão da tese é que o Laboratório de Humanidade pode ser uma ferramenta terapêutica, que facilita a auto compreensão, e contribui para o viver criativo e saudável dos participantes.