Estudo comportamental e neuroquímico das diferenças sexuais durante o desenvolvimento de um modelo de doença de Alzheimer induzido pela proteína beta-amilóide em ratos
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6979982 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52246 |
Resumo: | A doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo que compromete drasticamente a qualidade de vida de seus portadores e familiares. Sua fisiopatologia não foi completamente esclarecida e, portanto, as terapias hoje existentes se limitam a tratar os sintomas. Muito do que se sabe sobre a DA é oriundo de pesquisas utilizando modelos animais de roedores. Graças a esses modelos, foram descobertos os principais fundamentos mecanicistas da DA e foi possível a realização de ensaios préclínicos para o desenvolvimento de novas estratégicas terapêuticas. Diversos trabalhos da literatura mostram que a prevalência de DA é maior em mulheres do que em homens. Entretanto, sabese muito pouco sobre o fenômeno por trás dessa discrepância entre os sexos. O atual trabalho pretende estudar o possível dimorfismo sexual em aspectos comportamentais e neuroquímicos através de um modelo animal de DA. Para tanto, avaliamos temporalmente aspectos cognitivos e não cognitivos de ratos Wistar machos e fêmeas com 6 meses de idade através das tarefas de reconhecimento de objeto novo, teste de enterrar bolas de gude, teste de preferência por sacarose, teste de interação social e medo condicionado ao contexto. Os animais de ambos os sexos integraram 3 grupos experimentais: animais cirurgiados que permaneceram em suas gaiolas moradia e não foram infundidos (HC) e animais infundidos cronicamente com salina tampãofosfato (PBS) ou com peptídeos betaamilóide Aβ (40/42) durante 10 dias. Nossos principais resultados indicam que as infusões com Aβ induziram comprometimento cognitivo diferencial entre os sexos na tarefa de reconhecimento de objetos. Machos infudidos com Aβ sofreram deficit precoce e mais acentuado do que fêmeas. O efeito da Aβ dependente do sexo também foi observado no comportamento de ansiedade. Fêmeas que receberam Aβ apresantaram maior nível de ansiedade na tarefa de enterrar bolas, enquanto que nos machos ocorreu o perfil inverso. Embora fêmeas tenham ingerido maior quantidade de sacarose em comparação com os machos, o comportamento anedônico não foi afetado pela Aβ. Além disso, a Aβ provocou desinibição social para a interação ativa especificamente em fêmeas, enquanto o déficit de memória aversiva na tarefa de medo condicionado ao contexto induzido pela Aβ ocorreu independentemente do sexo. Por fim, a infusão crônica de Aβ aumentou acentuadamente a concentração de corticosterona em ambos os sexos, embora a concentração desse hormônio seja maior nas fêmeas do que em machos. A detecção de deposição das fibrilas de Aβ foi feita através de coloração com tioflavina S e a imunohistoquímica para BDNF mostrou uma maior quantidade de células BDNF positivas nas porções central, lateral e basal da amígdala em machos, enquanto na região CA3 hipocampal esse aumento foi maior em fêmeas. Além disso, as infusões de Aβ reduziram a quantidade de células BDNF positivas no giro denteado independentemente do sexo, mas nas porções basal e central da amígdala essa redução foi observada apenas em fêmeas. Introduzimos aqui um meio que permite refinar a avaliação comportamental em modelos animais de DA. Os achados sugerem que a Aβ modula aspectos cognitivos e não cognitivos diferencialmente entre os sexos. O estado hormonal e alterações em fatores neurotróficos podem ser mecanismos relevantes envolvidos nos efeitos específicos ao sexo no modelo. |