Confabulação íntima dos espíritos: ajuste e teste da forma machadiana em Contos fluminenses e Histórias da meia-noite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fruteira, Camila [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71365
Resumo: Este trabalho estuda os contos de Machado de Assis, compilados nos livros Contos fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873). Como são, em sua maioria, histórias amorosas, a crítica literária tende a considerá-las “inferiores”, “conformadas” e “sentimentais”, ainda fiéis às prerrogativas do romantismo. A partir da hipótese de que Machado, já nessas obras consideradas “menores”, estivesse buscando adequar a forma ao seu projeto de crítica à ordem senhorial oitocentista, o trabalho analisa os contos compilados nesses livros, buscando entender, como, por meio de um enredo romântico e tradicional, ele descreve e interpreta seu tempo. O referencial teórico que sustenta a análise é, sobretudo, o proporcionado por Sydney Chalhoub (2003) e John Gledson (2008), para quem as primeiras obras do autor fluminense funcionam como um "laboratório de escrita", por meio do qual Machado de Assis estaria adequando a forma literária ao seu projeto de crítica à classe dominante senhorial de meados do século XIX. Conjuntamente com o levantamento bibliográfico, foi realizado um esforço de depreender sentido histórico proposto por Machado, a partir da análise de algumas formas simbólicas nas narrativas de amor. O close reading dessas histórias mostra que o autor fluminense empregou moldes românticos em seus enredos, atribuindo traços antirromânticos a essas formas, conferindo dimensões realistas a determinadas questões sociais, para lidar e reformular a seu modo os problemas formais que herdou.