Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ederson Duda da [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65367
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Resumo: |
Esta dissertação tem como objetivo analisar os efeitos do conflito distributivo para a atuação política das classes médias durante os governos do Partido dos Trabalhadores, particularmente na conjuntura política em torno das manifestações pelo impedimento de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. Propomo-nos discutir essa relação: conflito distributivo e atuação política das classes médias, ressaltando o impacto e as implicações das políticas sociais e afirmativas de governo implementadas desde 2003, mas também as que se originaram da Constituição Federal de 1988, para a reprodução social e o modo de vida das classes médias. A atuação política das classes médias caracterizou-se pela luta contra a corrupção, iniciada em 2007, após os escândalos relacionados ao “mensalão”, intensificando-se em 2013, durante as revoltas de junho, com maior impacto e relevância em 2015 e 2016, nas manifestações pelo afastamento de Rousseff, que resultou no golpe parlamentar de 2016. Propomo-nos discutir esse contexto, enfatizando a centralidade do conflito distributivo apoiados nos estudos que se voltaram à análise dos dados relacionados ao Imposto de Renda. As análises da distribuição da riqueza social neste período, medidas pelo IR, demonstraram que as desigualdades sociais no Brasil não teriam caído como teria sido demonstrado pelas pesquisas que se basearam nos dados do Índice de Gini e Pnads, por exemplo. Antes, o que revelaram consiste em uma forte concentração da riqueza no topo, uma maior participação das classes populares e um processo de estagnação e encolhimento das classes médias. Ao mesmo tempo, o estudo do IR revela que desde 1970 o conflito distributivo na sociedade brasileira tem ocorrido principalmente entre as classes médias e as classes populares, com os mais ricos conseguindo manter sua quota na riqueza social de maneira estável. Nesse sentido, os acontecimentos que incidem sobre o processo do impedimento de Rousseff estariam relacionados aos processos de apropriação e distribuição da riqueza social no Brasil recente. O conflito distributivo, portanto, ganha centralidade em nossa análise por entendermos que este estaria correlacionado aos processos sociais e políticos que impulsionaram a atuação política das classes médias no contexto em questão. Nesse caso, a atuação política das classes médias teria como base a vontade política no sentido de frear a ascensão social das classes populares de modo a subordiná-las às necessidades de sua reprodução social e manutenção do seu modo de vida. |