Prevalência de doença hepática gordurosa metabólica e a associação com fatores de risco cardiovascular, de acordo com o sexo, em uma coorte de brasileiros atendidos em centro privado de medicina preventiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Borges, Patrícia Souza de Almeida [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/70954
Resumo: Objetivos: Avaliar a prevalência de DHGM e a sua associação com idade, estilo de vida e fatores de risco cardiovascular, de acordo com o sexo, em uma população submetida a checkup em uma unidade de medicina preventiva. Métodos: Estudo retrospectivo, com a coleta dos dados de prontuários, em adultos ≥ 18 anos submetidos a uma avaliação entre 2005 e 2019, com exame de ultrassom (US) abdominal. Após exclusão daqueles com risco aumentado de doença alcoólica (escore AUDIT > 8), foram classificados como portadores de doença hepática gordurosa metabólica (DHGM) não alcoólica, aqueles com esteatose ao US e que apresentassem ≥ 2 fatores de risco metabólico. Foi calculada a prevalência global e em cada um dos três quinquênios consecutivos (20052019). Os fatores relacionados ao estilo de vida e de risco cardiovascular (FRCM) foram avaliados em função da idade e do índice de massa corpórea (IMC) e estratificados pelo sexo e idade. Resultados: Dos 45.195 casos, 14.089 pacientes preenchiam os critérios para DHGM com uma prevalência global de 31,2%, sendo maior entre homens do que em mulheres. Nas mulheres, a prevalência aumentou significantemente com o tempo, especialmente do primeiro para o segundo quinquênios (8,7%, 15,1% e 16,6%), enquanto entre os homens a prevalência foi semelhante entre os períodos (38,5%, 41,1% e 41,8%). A avaliação quanto ao sexo e idade mostrou um aumento significativo após os 50 anos de idade. Em relação aos fatores de risco, o fumo esteve associado a DHGM apenas entre os homens, enquanto todos outros fatores investigados, apresentaram significativa razão de chance (RC) para DHGM, sendo que o IMC foi o fator que apresentou maior RC em ambos os sexos (4,79 nos homens e 5,4 nas mulheres), seguido dos níveis de triglicérides (2,7 e 3,27). Na comparação com fatores clínicos novamente o IMC foi o que apresentou maior RC (10,26 para homens e 11,84 para mulheres), seguido pelo antecedente de diabetes mellitus tipo 2 (2,65 e 4,02, respectivamente). Conclusão: Os resultados demonstram elevada prevalência de DHGM não alcoólica em nosso meio, e um aumento significativo no decorrer dos anos, mantendo maior prevalência entre os homens e um significativo aumento entre as mulheres com o avançar da idade, a cada quinquênio. Com exceção do fumo, todos os outros FRCM e do estilo de vida, estiveram associados e com maior RC para presença de DHGM não alcoólica em ambos os sexos, especialmente o IMC, níveis de triglicérides e diagnóstico prévio de diabetes mellitus tipo 2.