Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Luciane Luz e [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67564
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Resumo: |
Introdução: a sepse continua como a principal causa de morte em pacientes com neoplasias hematológicas. Apesar da relevância, poucos estudos analisaram o impacto da sepse e do choque séptico nessa população. Este estudo tem como objetivos: avaliar o impacto da estratégia multimodal no reconhecimento precoce do protocolo de sepse; avaliar o conhecimento das equipes multidisciplinares na sepse; identificar as taxas de adesão ao protocolo de sepse; analisar o impacto de um programa multimodal na redução da letalidade em pacientes com sepse e doenças onco-hematológicas. Método: trata-se de um estudo tipo quase-experimental, realizado no período 1º de janeiro de 2017 a 31 de agosto de 2020, no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, que presta assistência a usuários do Sistema Único de Saúde. Foram incluídos pacientes com doenças onco-hematológicas que foram atendidos no protocolo de sepse na instituição, proveniente da comunidade ou durante a internação. O estudo compreendeu três fases: período observacional, intervenção e pós-intervenção. Como estratégia multimodal foi realizada treinamento da equipe profissional, por profissionais qualificados do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, possibilitando uma uniformidade nas condutas. Os participantes da pesquisa foram os profissionais médicos, equipe de enfermagem e fisioterapeutas atuantes na assistência direta ao paciente. O acompanhamento dos pacientes foi por 30 dias, durante a internação, ou até o óbito. Resultados: no período de três anos e oito meses do estudo, foram diagnosticados 775 pacientes com sepse na instituição. Desses, 329 (42,5%) pacientes apresentavam diagnóstico de doença onco-hematológicas e foram incluídos no estudo. A idade média da população foi 58,6 anos e sexo feminino foi o mais prevalente (50,2%). Entre os diagnósticos de doenças onco-hematológicas, os linfomas foram os mais frequentes (24,3%), seguidos dos mieloma múltiplo (19,8%), leucemias agudas (16,1%), leucemias crônicas (14,9%) e outras (19,8%). Trinta e nove (11,9%) pacientes eram receptores de transplantes de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), sendo o TCTH autólogo a modalidade mais frequente, 28 (71,8%). Na amostra avaliada, a proporção de sepse foi de 241 (73,3%) e choque séptico 88 (26,7%). Os principais focos de infecção foram, pulmonar em 171 (52,0%), abdominal em 58 (17,6%), infecção de corrente sanguínea em 25 (7,6%) e sem foco identificado em 40 (12,8%). Observamos aumento na taxa de adesão ao protocolo na fase de intervenção (75,5%) e pós-intervenção (83,6%), em comparação a fase observacional (68,3%), com diferença estatisticamente significante quando comparada a 3ª com a 1ª fase (p=0,033). A letalidade em 30 dias foi menor nas 2ª e 3ª fases (38,1% e 32,9%, respectivamente), em comparação a primeira (42,6%), porém sem diferença estatisticamente significante 1ª fase v.s. 2ª fase (p=0,515) e 1ª fase v.s. 3ª fase (p=0,210). Entre os fatores de risco para letalidade em 30 dias, Sequential Organ Failure Assessment (SOFA), diagnóstico de sepse em enfermaria ou unidade de terapia intensiva e necessidade de hemodiálise apresentaram associação estatisticamente significante. Conclusão: a estratégia multimodal teve impacto no aumento na taxa de adesão ao protocolo de sepse e fator protetor na redução da letalidade em 48 horas após o diagnóstico de sepse, demonstrando a importância do gerenciamento do protocolo nas primeiras horas a partir do diagnóstico. |