Queixa subjetiva da memória em brasileiros acima dos 50 anos: análise da linha de base do estudo ELSI-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pinho, Pedro José de Moraes Rebello [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70727
Resumo: Objetivo: Avaliar a prevalência de queixas subjetivas de memória (QSM) e a associação destas com fatores sociais, de saúde e o desempenho cognitivo objetivo em uma amostra representativa de brasileiros acima dos 50 anos. Também entre os indivíduos com QSM, estimar a associação de fatores sociais e de saúde com prejuízo objetivo de memória. Métodos: Análise da linha de base do Estudo Longitudinal sobre a Saúde do Idoso (ELSI-Brasil), com 7831 indivíduos, que foram questionados sobre a autopercepção da memória. Foi realizada uma regressão logística com o objetivo de avaliar a associação entre características demográficas, variáveis de saúde, performance objetiva da memória e incapacidade em atividades básicas, instrumentais e avançadas de vida diária com a presença de QSM. Depois foi realizado um teste de interação por sexo/gênero para a idade e performance de memória. Por último, foi realizada uma regressão logística com objetivo de avaliar a associação entre características demográficas, variáveis de saúde, e incapacidade em ABVDs, AIVDs e AAVDs com prejuízo da memória em indivíduos com QSM. Resultados: 42% da amostra apresentava QSM, com uma prevalência crescente pela idade em homens e decrescente em mulheres. A presença de QSM estava relacionada a menor performance objetiva da memória, ser do sexo/gênero feminino, menor idade, menor escolaridade, maior número de doenças crônicas, menor incapacidade em ABVDs, maior incapacidade em AIVDs, pior percepção de saúde e maior número de sintomas depressivos. O teste de interação por sexo/gênero encontrou que a menor idade estava associada a QSM apenas em mulheres, enquanto a menor performance objetiva da memória estava associada a QSM apenas em homens. A prevalência de prejuízo objetivo de memória foi de 24,7% nos participantes com QSM e similar em homens e mulheres. O prejuízo objetivo da memória em indivíduos com QSM estava associado a maior escolaridade, menor renda per capita, maior incapacidade em AIVDs e AAVDs, pior percepção da saúde e mais sintomas depressivos. Conclusões: As QSM são comuns na população brasileira acima de 50 anos e estão associadas a fatores sociodemográficos e de saúde, com diferentes padrões e associações para homens e mulheres. Apenas um em quatro participantes com QSM xi tinham de fato prejuízo objetivo da memória, que estava associado a uma maior escolaridade, menor renda domiciliar, maior incapacidade nas AAVDs e AIVDs, além de mais sintomas depressivos. Análises longitudinais futuras são necessárias para uma melhor compreensão da relação entre as QSM e conversões futuras para prejuízo cognitivo ou demência, incluindo a real proporção de conversão, assim como seus determinantes.