Abordagem comunicativa: análise das interações discursivas de aulas investigativas de química em uma segunda língua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alves, Eliakim George [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/62008
Resumo: Mortimer e Scott (2002) fundamentados na teoria histórico-cultural de Vygotsky (2001) e os gêneros discursivos de Bakhtin (BAKHTIN, 1986) classificam os padrões discursivos em sala de aula em dialógico e de autoridade, com ou sem interatividade. Com enfoque qualitativo, a partir da metodologia proposta por esses autores, Mortimer e Scott (2002), e Mehan (1979), este trabalho teve como objetivo compreender as categorias de abordagem comunicativa, os padrões de interação e os tipos de perguntas presentes nos discursos de sala de aula em segunda língua para os estudantes, no caso o inglês. O estudo foi desenvolvido sobre duas aulas investigativas sobre reatividade de metais aplicadas por dois professores de ciências em duas turmas de 9a ano de uma escola internacional. Vale destacar que os dois professores de ciências têm suas formações obtidas em diferentes países, um é brasileiro e o outro britânico. As aulas foram gravadas, transcritas e as abordagens discursivas foram analisadas e comparadas em três momentos distintos, denominados episódios: apresentação da aula, pré experimento e pós-experimento. Os resultados apresentam que houve a variação das abordagens comunicativas dos professores sem seguir a espiral proposta por Mortimer e Scott e que, mesmo se tratando do mesmo planejamento de aula, realizado pelos dois em conjunto, houve diferenças entre os discursos dos professores; um utilizou alternância entre o discursos de autoridade e dialógico, enquanto o outro permaneceu no discurso de autoridade, ocorrendo discursos não-interativos e interativos para os dois professores. As perguntas de produto, escolha e processo foram usadas pelos dois professores, sendo que um deles empregou predominantemente o tipo produto e o segundo mesclou mais os tipos de perguntas, usando com maior frequência perguntas de escolha. Ambos tiveram padrões triádicos e não-triádicos, mas com frequências diferentes, considerando as necessidades de cada turma. Nesse sentido, notou-se que a turma com menor habilidade no idioma, na aula ministrada com professor de origem britânica, o discurso permaneceu em vários momentos no domínio do professor e, para a elaboração de respostas, houve também possibilidade maior de reflexão e compartilhamento de ideias entre os próprios estudantes. Por outro lado, para a turma com maior habilidade do idioma com o professor brasileiro, houve maior alternância entre a fala do professor e estudantes levando a maiores números de padrões interativos de todos nessa sala. Os professores apresentaram características diferentes em seus discursos, porém ambos com a intenção de desenvolver a estória científica em sala de aula. O trabalho traz resultados relevantes ao discurso no ensino de Ciências praticado em segunda língua de modo que devem servir de referência e contribuição para a prática em sala de aula e também a outros estudos nessa área de pesquisa.