Detecção de poliomavírus no carcinoma espinocelular oral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gomes, Rafael Tomaz [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71059
Resumo: Introdução: O carcinoma espinocelular (CEC) oral é uma neoplasia maligna do epitélio escamoso de elevada morbidade e mortalidade. Fatores predisponentes para o seu desenvolvimento incluem o consumo de álcool e o tabagismo. Entretanto, outros agentes têm sido investigados na sua etiopatogênese, dentre eles os vírus. O envolvimento dos poliomavírus na carcinogênese oral ainda não foi inteiramente elucidado. Objetivo: Investigar a presença do material genético de quatro diferentes tipos de poliomavírus humanos em amostras de CEC oral provenientes de um centro de referência oncológico na cidade de São Paulo (Brasil) e avaliar a possível correlação entre a positividade destes vírus com fatores clínicos e sociodemográficos dos pacientes. Material e Métodos: Sessenta amostras frescas congeladas obtidas do Biobanco do ICESP, de três diferentes sítios (língua, assoalho de boca e orofaringe), com 20 amostras para cada localização, foram selecionadas retrospectivamente dentro de um período de diagnóstico firmado entre 2015 e 2019. Dados de prontuário como sexo, idade, consumo de álcool, tabagismo, estadiamento tumoral e óbito em menos de 5 anos após o diagnóstico foram coletados, bem como a presença da pesquisa da proteína p16, quando disponível. As amostras foram preparadas e tiveram o DNA extraído para pesquisa do material genético dos poliomavírus MCPyV, BKPyV, JCPyV e TSPyV por meio da técnica de reação de cadeia da polimerase (PCR). Os produtos de PCR foram submetidos a sequenciamento e suas identidades foram confirmadas por comparação àquelas depositadas no GenBank®. Resultados: A investigação da presença do DNA dos poliomavírus mostrou positividade de 5% para MCPyV (n=3), 0% para BKPyV, 60% para JCPyV (n=36) e 0% para TSPyV. A identidade das sequências de DNA geradas foi confirmada por meio do alinhamento com àquelas de referência. Não foi constatada qualquer correlação entre a positividade de um determinado poliomavírus nas amostras de CEC oral com fatores clínicos ou sociodemográficos dos pacientes, nem com determinado sítio anatômico, exceto para a associação entre o óbito em menos de 5 anos após o diagnóstico e a positividade para o JCPyV (p=0,009). Também não foi observado qualquer tipo de associação na positividade simultânea dos diferentes poliomavírus entre si ou com a proteína p16. Conclusões: A positividade para poliomavírus no CEC oral foi baixa para MCPyV, alta para JCPyV e nula para BKPyV e TSPyV. Mais estudos são necessários para se compreender com maior clareza a alta prevalência encontrada de JCPyV no CEC oral.