Estudo do envolvimento da atividade catalítica e dos mecanismos de internalização da fosfolipase A2 (FLA2) isolada do veneno de crotalus durissus terrificus sobre a expressão de ciclooxigenase-2, do receptor de FLA2 e da proliferação de mioblastos C2C12

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Viana, Natalia Agnes Almeida [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68701
Resumo: A fosfolipase A2 secretada (sFLA2) isolada do veneno de serpente Crotalus durissus terrificus, denominada Crotoxina B (CB), além de ser neurotóxica, também é responsável pelo efeito miotóxico do veneno. Apesar deste conhecimento, um estudo recente de nosso grupo mostrou que, em concentração não­citotóxica, a CB induz a proliferação de células miogênicas por mecanismos dependentes da via de ciclooxigenase­2 (COX­-2). Contudo, os mecanismos envolvidos na modulação da via COX­-2 e proliferação de mioblastos ainda são desconhecidos. Estes efeitos podem ser consequência do modo de interação com receptores ou aceptores da CB com as células miogênicas que culmine na sua internalização, para estimular as repostas biológicas observadas. Hipotetizamos que estes efeitos sejam decorrentes da modulação dessa sFLA2 sobre o receptor tipo M de sFLA2 (RFLA2), expresso no tecido muscular e pela interação com FLA2 intracelulares, como a FLA2 citosólica (cFLA2). Desse modo, o objetivo deste trabalho é a investigação da interação da CB em mioblastos C2C12, por meio de sua atividade catalítica e possível internalização citoplasmática, e influência destes eventos sobre a modulação da proliferação celular, expressão de COX­-2 e expressão do RFLA2. Os mioblastos C2C12 foram incubados com CB 0,16 µM na presença do composto CNF (inibidor da atividade catalítica ­ 50µg/µL), ou Dynasore (inibidor de endocitose via clatrina – 40 µM), ou CAY10502 (inibidor cFLA2 – 0,025 µM), e as células foram analisadas quanto à expressão de COX­-2 por western blotting. Os dados preliminares mostraram que a indução da expressão de COX­-2 ocorre por mecanismos dependentes da atividade catalítica da CB, bem como pela interação desta sFLA2 com domínios de membrana que ativam endocitose como a clatrina e pela ação conjunta à ativação da cFLA2. Para a análise da modulação da expressão proteica do RFLA2 os mioblastos C2C12 foram incubados com CB 0,16 µM na presença do composto CNF (inibidor da atividade catalítica ­ 50µg/µL), ou CAY10502 (inibidor cFLA2 – 0,025 µM) ou Lumiracoxibe (inibidor seletivo da COX-­2, 100 µM), Valeril salicilato (inibidor seletivo da COX-­1, 350 µM) ou irIL­6 (inibidor do receptor de IL­6 – 0,2 µg/mL). As células foram analisadas quanto à expressão de RFLA2 por western blotting e quantificação de IL­6 no sobrenadante por enzimaimunoensaio. Os dados obtidos mostraram pela primeira vez que, em concentração não citotóxica, a CB é capaz de induzir o RFLA2 em mioblastos em proliferação, de forma dependente da atividade catalítica, da cFLA2 e da COX-­2, mas não da via COX-­1. Ainda, a expressão do RFLA2 parece ser modulada pela interação da IL­-6 com seu receptor específico. A produção desta mioquina pela CB, é modulada positivamente pela atividade catalítica da CB, e pelas vias COX-­1 e COX-­2.