A produção discursiva da Revista Gestão Escolar sobre a gestão da escola: um “manual” para a equipe de gestão e o alinhamento às orientações de agências internacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carvalho, Medianeira da Silva [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/41743
Resumo: O OBJETIVO desta pesquisa é analisar a produção discursiva da Revista Gestão Escolar (RGE) sobre a gestão da escola. A questão que instiga o trabalho é identificar qual modelo de gestão é valorizado pela RGE e, para tanto, trabalhamos com a HIPÓTESE de que o periódico orienta a escola a adotar uma gestão escolar gerencialista com o slogan “gestão democrática e compartilhada” e, ao mesmo tempo, se aproxima das orientações preconizadas por organismos internacionais, entre eles o BM a UNESCO e a OCDE, com vistas ao aumento da produtividade e eficiência, mensurados por meio de avaliações em larga escala, e ao maior alinhamento da escola às necessidades do mercado. O PROBLEMA que estimulou esta investigação é a assunção de que a boa qualidade da educação (seja na condução da educação nacional, seja na condução do que ocorre dentro da escola) decorre, fundamentalmente, apenas do modelo de gestão adotado; nesse sentido, parece que a eficiência das unidades escolares – geralmente determinada por índices de desempenho – passa a ser um problema tipicamente de gestão, ignorando-se os diferentes matizes que marcam discursos multifacetados sobre gestão escolar, bem como a existência de outros fatores intervenientes para a almejada boa qualidade da educação. Para compreender o discurso da revista tratamos, também, de questões que sustentam a argumentação do periódico como as proposições dos Organismos Internacionais sobre gestão escolar e as concepções acerca das parcerias público-privadas (PPP) na educação brasileira. As trajetórias das Fundações Victor Civita (FVC) e Lemann (FL) são abordadas no intuito de melhor conhecer a organização, estrutura e circulação do periódico em análise, identificando as estratégias discursivas que buscam legitimar um discurso sobre a gestão da escola. Para a realização da investigação, foram analisadas 53 (cinquenta e três) edições do periódico, sendo 29 edições impressas e 24 on-line, no período de agosto/2009 a dezembro/2016, além de entrevista com a direção de edição e produtos da Associação Nova Escola (ANE). Para fundamentar as análises trabalhamos com os conceitos de “linguagem autorizada” e “descrever e prescrever” em Bourdieu (2008); de slogan e metáfora, em Scheffler (1974); de ciclo de políticas, gerencialismo e performatividade em Ball (1989, 2001); de “rede de legitimidade” em Ricardo Filho (2005); além das contribuições de Shiroma et al (2005); Victo Paro (1988); Felix (1984) e Ravitch (2011).