Regulação autonômica cardiovascular em repouso e durante manobras simpatoexcitatórias em pacientes com doença renal policística autossômica dominante normotensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rocha, Daniel Ribeiro da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71590
Resumo: A Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD) é a doença monogênica renal mais frequente, com evolução para perda de função renal progressiva. A hipertensão arterial (HA) é uma das manifestações extra-renais mais comuns e de aparecimento precoce, sendo sua patogênese multifatorial. A desregulação autonômica associa-se a um risco aumentado para todos os eventos cardiovasculares na população em geral, tendo sido já descrita entre pacientes com DRPAD com HA e com função renal reduzida. O presente estudo teve como objetivo investigar a regulação autonômica cardiovascular na DRPAD antes do desenvolvimento de HA. Parâmetros da modulação autonômica cardiovascular em repouso, sensibilidade barorreflexa (SBR) e reatividade cardiovascular foram avaliados em pacientes jovens (18 a 40 anos) com DRPAD, normotensos e com função renal preservada. O grupo controle constituiu-se de indivíduos saudáveis, pareados por idade, sexo e índice de massa corpórea (IMC). A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) e da Pressão Arterial (VPA) e SBR espontânea durante o repouso de 5 minutos foram determinadas. A análise da SBR durante a Manobra de Valsalva (MV) e da reatividade cardiovascular (RCV) durante e após manobras simpatoexcitatórias com o emprego do Stroop test, Cold pressor test (CPT) e Handgrip (HG) foram avaliadas. Os pacientes com DRPAD foram classificados como lentos ou rápidos progressores de acordo com os critérios de imagem da Clínica Mayo (MIC). No total, foram avaliados 37 indivíduos, sendo 18 com DRPAD (11F/7M, 27,7±6,4 anos) e 19 controles (9F/10M, 25,7±3,8 anos), sem diferenças estatísticas nas distribuições de sexo, idade, médias de IMC e taxa de filtração glomerular estimada. A VFC e VPA não demonstraram diferenças estatísticas tanto no domínio do tempo quanto no domínio da frequência, demonstrando que o balanço simpatovagal foi semelhante entre os grupos. Os valores da SBR espontânea e durante a MV foram semelhantes entre os grupos, evidenciando uma resposta adequada do barorreflexo no repouso e à queda brusca da pressão arterial. A RCV durante as manobras simpatoexcitatórias não revelou diferenças entre os grupos. Também não se observaram diferenças estatísticas dos resultados de todos estes testes dentro dos subgrupos com DRPAD com lenta versus rápida progressão. Os marcadores séricos de inflamação, função endotelial e hormonais, como o neuropeptídeo Y (NPY) e o angiotensinogênio (AGT), não diferiram entre DRPAD e controles. Porém, os níveis de AGT urinário e albuminúria foram significantemente maiores em DRPAD versus Controles. Em conclusão, o presente estudo não evidenciou desregulação autonômica cardiovascular em pacientes com DRPAD normotensos com função renal preservada, mas o aumento do AGT urinário sugeriu ativação do SRA intrarrenal já em fases precoces da doença.