Reconhecimento de padrões atencionais e correlatos neurobiológicos em indivíduos com transtorno do déficit de atenção
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2683237 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48995 |
Resumo: | Atualmente, já se reconhece que classificações diagnósticas, como o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), são condições bastante heterogêneas. O presente estudo teve o objetivo de explorar a diversidade atencional e neurobiológica de crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH subtipo predominantemente desatento e de desenvolvimento típico tanto por meio de uma análise dimensional como por meio de uma análise categorial. Portanto, na análise dimensional, foram investigados padrões atencionais entre os participantes, reagrupando-os em classes latentes, a despeito das classificações diagnósticas de origem, com o propósito de formar subgrupos mais homogêneos em relação ao perfil atencional. Possíveis diferenças entre novos agrupamentos em relação às conexões cerebrais foram exploradas. Além disso, uma análise tradicional categorial, comparando os indivíduos com TDAH aos indivíduos com desenvolvimento típico, também foi realizada, a fim de delinear as características cognitivas, comportamentais e neurobiológicas do subtipo predominantemente desatento do transtorno. Métodos: Foram selecionados 29 participantes com TDAH subtipo predominantemente desatento, com idade entre 7 a 15 anos, e 29 participantes com desenvolvimento típico, pareados por idade, sexo e tipo de escola frequentada. Para o reconhecimento de padrões atencionais, conduziu-se uma análise dimensional, por meio da análise de classes latentes, investigando o perfil atencional dos participantes a partir de medidas cognitivas (índices do Conners' Continuous Performance Test e dígitos ordem inversa) e comportamentais (Child Behavioral Checklist). Medidas de memória operacional e fluência verbal também foram utilizadas na análise categorial. As novas classes, bem como as classes categoriais, foram comparadas em relação a medidas de substância branca (anisotropia fracionada). Resultados: Com base em perfis atencionais, os participantes da amostra foram redistribuídos em três novas classes. No entanto, considerando critérios clínicos e estatísticos, deu-se continuidade à análise de reconhecimento de padrões reagrupando os participantes em duas novas classes: classe 1 - alto risco para problemas atencionais (TDAH n=19; Desenvolvimento típico n=0) e classe 2 - desenvolvimento normal das funções atencionais (TDAH n=11; Desenvolvimento típico n=28). A comparação dos grupos em relação ao valor médio da anisotropria fracionada dos 20 tratos considerados revelou que indivíduos da classe 1 apresentaram valores aumentados de anisotropia fracionada nos fascículos fronto-occipital e longitudinal inferiores esquerdos. Em relação à análise categorial, os participantes com TDAH, em comparação àqueles com desenvolvimento típico, apresentaram maior variabilidade intra-sujeito no tempo de reação, menor velocidade de processamento, bem como pior desempenho nas medidas de atenção seletiva, sustentada e de vigilância, além de déficits nas medidas de memória operacional verbal. Não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos diagnósticos (TDAH e desenvolvimento típico) em relação ao valor da anisotropia fracionada nos tratos analisados. Conclusão: Os resultados encontrados sinalizam que, mesmo entre indivíduos com um mesmo subtipo do transtorno, é possível identificar subgrupos mais homogêneos em relação ao perfil cognitivo, que, inclusive, podem diferenciar-se em relação às características neurobiológicas. Ressalta-se que as diferenças em relação as medidas de substância branca foram notadas quando os participantes foram comparados a partir de dimensões de medidas atencionais observáveis, mas não quando o foram a partir das classes diagnósticas de origem. Esses dados destacam que agrupamentos direcionados por constructos permitem uma melhor investigação da patofisiologia de condições neuropsiquiátricas, reiterando que relações cérebro-comportamento podem não respeitar limites arbitrários impostos pelas classificações diagnósticas. |