Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Lemos, Lara Vianna de Barros [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21426
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Resumo: |
Introdução: Os fatores associados à infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV), assim como as características laboratoriais e histológicas dessa infecção entre portadores de doença renal crônica (DRC) em tratamento conservador são pouco conhecidos. Além disso, não se sabe se as características dessa infecção observadas nos portadores de DRC em hemodiálise (HD) podem ser extrapoladas para esse grupo. Objetivo: avaliar a prevalência, as características clínico-epidemiológicas, laboratoriais e histológicas da infecção crônica pelo HCV em portadores de DRC em tratamento conservador e comparar com as características observadas em portadores de DRC em HD. Casuística e Métodos: para determinação da prevalência dessa infecção, foi realizada pesquisa de anti-HCV nos portadores de DRC em tratamento conservador acompanhados no período de junho/ 2004 a maio/2005. A seguir, os portadores de infecção ativa pelo HCV foram avaliados quanto às características bioquímicas e virológicas, e foram comparados com um grupo controle de portadores de DRC em tratamento conservador sem infecção viral (1:3) quanto aos fatores de risco e níveis de ALT. Para análise comparativa das características laboratoriais e histológicas dessa infecção entre portadores de DRC em tratamento conservador e aqueles em HD, os portadores de DRC em tratamento conservador foram comparados com pacientes em HD, numa relação 1:3, ambos com infecção ativa pelo HCV. Foi calculada a taxa de progressão de fibrose (TPF) através do quociente entre o escore de fibrose e o tempo de infecção. Resultados: foram incluídos 1041 pacientes, 61% do sexo masculino, média de idade de 61±15 e média do clearance de creatinina de ± 36 ± 18 mL/min. O antiHCV foi positivo em 41 pacientes (3,9%). Destes, 39 (95%) apresentaram viremia. Quando comparados ao grupo controle de portadores de DRC em tratamento conservador sem infecção viral, os portadores de infecção crônica pelo HCV apresentaram mais freqüentemente história de hemotransfusão antes de 1992 (66,7% vs 10,3%; P< 0,001). A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo e acurácia da ALT em detectar infecção pelo HCV foram de 69%, 100%, 100%, 91% e 92%, respectivamente. O genótipo do HCV mais prevalente foi 1b. Na análise comparativa com o grupo em HD, observou-se que os portadores de DRC em tratamento conservador apresentavam idade mais avançada (57±10 vs. 45±12; P<0.001) e uma maior proporção de pacientes apresentava níveis elevados de ALT (71.8% vs. 41.0%; P=0.001) e AST (64.1% vs. 26.5%; P<0.001). Na avaliação histológica, os portadores de DRC em tratamento conservador apresentavam atividade necro-inflamatória periportal mais intensa (66.7% vs. 47%; P=0.033) e estadiamento mais avançado (71.8% vs. 16.2%; P=0.001). Nos pacientes em que o tempo de infecção pôde ser estimado, observou-se que os pacientes na fase pré-dialítica apresentavam tempo de infecção mais prolongado [22 (14-49) anos vs. 6 (1-34) anos; P<0.001). Conclusões: portadores de DRC em tratamento conservador apresentaram elevada prevalência de infecção crônica pelo HCV e esta se relacionou a maior exposição parenteral. Níveis elevados de ALT foram bons marcadores dessa infecção. As cargas virais do HCV foram elevadas e o genótipo viral mais prevalente foi o 1b. Quando comparados aos pacientes em HD, portadores de DRC em tratamento conservador apresentaram aminotransferases mais elevadas e lesão histológica mais avançada. Entretanto como a TPF entre os grupos foi semelhante, essa maior gravidade histológica provavelmente reflete o maior tempo de infecção nesse grupo, não havendo evidências de que a hepatite C apresente evolução mais agressiva em portadores de DRC em tratamento conservador. |