Análises morfofuncionais, bioquímicas e moleculares de modelo experimental de miopatia associada à estatina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andrade, Pamela Vieira de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5454527
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49910
Resumo: Introdução: As estatinas atualmente são consideradas os agentes mais úteis para o tratamento da hipercolesterolemia. Nos últimos anos, aumentaram os relatos sobre efeitos colaterais importantes no músculo esquelético, com mialgia, aumento dos valores séricos de creatinoquinase (CK) e até rabdomiólise após uso de altas doses dessas medicações. O reconhecimento precoce da miopatia induzida pelas estatinas e a descontinuação das estatinas é fundamental na prevenção da miopatia e diminuição de possíveis sequelas. Objetivos: 1. Estudar o efeito da estatina sobre a contração e contratura muscular em ratos expostos a baixas e altas concentrações da sinvastatina 2. Correlacionar essas alterações com a morfologia, bioquímica e proteômica da fibra muscular e 3. Analisar o uso do bloqueador de canal de liberação de cálcio (dantrolene) no presente modelo. Material e Métodos: O estudo foi realizado com 50 ratos machos Wistar, divididos em 5 grupos: A - Controle; B - Estatina baixa dose (5 mg/kg/dia); C - Estatina alta dose (20 mg/kg/dia); D – Sem estatina, com dantrolene (5 mg/Kg); E – Estatina alta dose (20 mg/kg/dia) e dantrolene (5 mg/Kg). Os animais dos grupos B, C e E receberam a sinvastatina diariamente, diluída com carboximetilcelulose (CMC) 0,5%, via gavagem, por dois meses; os do grupo A e D receberam apenas o veículo (CMC), via gavagem, por dois meses; os dos grupos D e E receberam ainda dantrolene (5 mg/Kg) via subcutânea por dois meses. Os animais foram pesados semanalmente, sendo anotado o consumo da dieta líquida e sólida diariamente; a cada sete dias foram realizados exames físico e neurológico. Após dois meses, os animais foram anestesiados para a retirada dos músculos vastos laterais, gastrocnêmios e sóleos. Com os vastos laterais foram realizados testes de estimulação elétrica in vitro em presença de halotano e cafeína - nos quais as curvas de contração e contratura de cada teste foram analisadas - e teste de estimulação tetânica pré e pós-isquemia - referido como grau de contração após cada estímulo elétrico. Com os gastrocnêmios e os sóleos foi realizado estudo morfológico (histologia e morfometria). O gastrocnêmio foi empregado ainda para estudo bioquímico, feito pela quantificação do malonaldeído (MDA), e análise proteômica por espectrometria de massas. Resultados: Na estimulação elétrica in vitro na presença de cafeína, houve aumento significativo nos valores de contração nas concentrações de 1; 1,5; 2; 3, 4 e 32 mM de cafeína do grupo C em relação aos outros grupos. Não houve diferença significativa da contração em resposta a diferentes concentrações de halotano e a diferentes estimulações tetânicas pré e pós-isquemia, bem como não houve diferença no grau de contratura após vários estímulos. Houve aumento significativo na produção de MDA no grupo C em relação ao grupo B. O estudo morfológico qualitativo mostrou, na reação do Tricrômico de Gomori, pequenos aglomerados fucsinofílicos grosseiros na periferia das fibras musculares, vistos mais uniformemente no grupo C. Na análise morfométrica do músculo gastrocnêmio, pela coloração de hematoxilina/eosina, houve diminuição significante da área transversa das fibras musculares no grupo C em relação aos grupos D e E. Na análise proteômica houve aumento significativo da expressão das proteínas glicolíticas nos grupos tratados com estatina. Conclusão: Nossos dados mostraram que, apesar dos animais não apresentarem miopatia clínica evidente, doses de estatina de 20 mg/Kg/dia aumentaram a contração muscular após estímulo com cafeína, provocaram alterações morfológicas mitocondriais com atrofia do músculo gastrocnêmio e aumentaram a peroxidação lipídica no músculo.