Lesão Renal Aguda e Terapia Renal Substitutiva em pacientes críticos com COVID-19: Fatores de risco e desfechos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Doher, Marisa Petrucelli [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/64111
Resumo: Introdução: Pacientes com COVID-19 e gravemente doentes podem desenvolver síndrome da disfunção de múltiplos órgãos, incluindo a lesão renal aguda (LRA). Nós relatamos a incidência, os fatores de risco, as associações e os desfechos da LRA e da necessidade de diálise em pacientes com COVID-19 internados na unidade de terapia intensiva (UTI). Métodos: Estudo de coorte retrospectivo incluiu indivíduos com COVID-19 admitidos na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) entre março de 2020 e maio de 2020. A análise de regressão logística multivariada foi aplicada para identificar fatores de risco para o desenvolvimento de LRA e necessidade de terapia de reposição renal (TRS). O desfecho primário foi mortalidade em 60 dias após admissão na UTI. Resultados: LRA ocorreu em 101 (50,2%) de 201 pacientes, sendo 72% no primeiro dia de ventilação mecânica invasiva (VMI) e 34 (17%) receberam TRS. Os fatores de risco para LRA foram creatinina basal mais alta [OR 2,50 (1,33 a 4,69), p = 0,005], uso de diuréticos [OR 4,14 (1,27-13,49), p = 0,019] e VMI [OR 7,60 (1,37 a 42,05), p = 0,020]. Nível mais alto de proteína C reativa (PCR) foi um fator de risco adicional para TRS [OR 1,96 (1,04 a 3,7), p = 0,037]. A mortalidade geral em 60 dias foi de 14,4% (N = 29); 23,8% (N = 24) e 5% (N = 5) para LRA vs. sem LRA, respectivamente [HR 2,79 (1,04-7,49), p = 0,040]; 35,3% (N = 12) e 10,2% (N = 17) para pacientes com TRS e sem TRS, respectivamente [HR 2,21 (1,01 a 4,85), p = 0,047]. Conclusões: A LRA foi comum entre pacientes graves com COVID-19 e ocorreu em associação com a VMI. Um em cada seis pacientes com LRA necessitou de TRS e um em cada três pacientes tratados com TRS foi a óbito durante a internação hospitalar. Esses achados fornecem informações prognósticas importantes para o atendimento de pacientes com COVID-19.