Controle de doping em jogadores de futebol masculino do Brasil: 10 anos de acompanhamento da comissão médica e de combate à dopagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moscovici, Herman Fabian [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69193
Resumo: Objetivo: Em 1999, por iniciativa do Comitê Olímpico Internacional (COI), foi criada a World Anti-Doping Agency (WADA), com o intuito de organizar, coordenar e promover uma luta internacional contra o doping, de forma independente e institucional. No Brasil, não conhecemos quais são as drogas mais comuns, os percentuais de Resultados Analíticos Adversos (RAA) totais por ano e carecemos de informações mais detalhadas sobre o perfil do atleta envolvido em casos de doping. Nossa proposta é compreender os RAA em um período recente de 10 anos, comparando com dados internacionais, identificando os agentes mais detectados, a idade mais prevalente, a posição em campo, a divisão em que o atleta estava jogando e relacionando essas variáveis, para conhecer a característica do perfil brasileiro. Métodos: Realizamos uma revisão dos RAA de 2008 a 2017, no banco de dados da Comissão de Controle de Doping (CCD) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os dados foram acessados através de um programa criptografado, de acesso exclusivo, preservando o anonimato do atleta. As informações continham: número da amostra, idade do atleta, clube, competição disputada no momento do teste, grupo da substância identificada e tipo de punição, em meses. Foram considerados para estudo os RAA que ocorreram no futebol brasileiro em jogadores profissionais masculinos entre 2008 e 2017. Critérios de inclusão: Participantes de competições do futebol nacional (Séries A, B, C, D e Copa do Brasil) e campeonatos estaduais, totalizando 20 campeonatos; entretanto, somente 10 com RAA. Critérios de exclusão: Atletas do futebol feminino, atletas em campeonatos de categoria de base e competições internacionais. Resultados: A amostra selecionada nessa pesquisa foi composta a partir de 40.092 testes de doping, sendo 113 RAA (0,28%) em atletas de futebol masculino, categoria profissional, em competições nacionais e estaduais brasileiras entre os anos de 2008 e 2017, flagrados em exames de controle de doping através de amostras de urina. A idade média desses atletas foi de 27,2 anos; considerando a posição do atleta no jogo, cerca de 41 (36,3%) eram defensores, 31 (27,4%) meio campistas, 25 (22,1%) atacantes e 16 (14,2%) goleiros. Foi detectado com mais frequência o uso de estimulantes (31%), seguido de glicocorticoides (21,2%), diuréticos e agentes mascaradores (19,5%). A série do Campeonato Brasileiro não viii mostrou relação com nenhum dos grupos de substâncias da WADA. Dentro das competições nacionais, incluímos na análise amostras coletadas nas Séries A, B, C, D e Copa do Brasil. A Série A apresentou 0,07% dos RAA, seguida da Série B (0,21%), Série C (0,75%), Série D (1,49%) e Copa do Brasil (0,34%). Os anabolizantes (S1) foram as drogas responsáveis pelo maior tempo de afastamento de atletas, em torno de 18 meses. Conclusões: A taxa de RAA no futebol brasileiro é de 0,28%, em uma análise de 2008 a 2017, mais baixa que a média somada de todo o futebol mundial, e apresenta porcentagens similares entre as posições em campo. Os estimulantes são as drogas mais prevalentes, seguidos dos glicocorticoides e dos diuréticos e agentes mascaradores. As competições de elite do futebol nacional apresentam bem menos casos, em comparação às divisões inferiores.