Avaliação das Competências Andragógicas dos Enfermeiros Docentes de Cursos de Graduação em Enfermagem do Município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Draganov, Patricia Bover [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21773
Resumo: A Educação é um processo de transformação social influenciado por variáveis multifatoriais, como as características do aluno que, no caso da educação superior, é um adulto. A Andragogia é a arte e ciência de conduzir adultos ao aprendizado e, na Enfermagem, foi introduzida na década de 1970; desde então, tem sido aplicada, contribuindo significativamente para a formação profissional, educação permanente e educação em saúde. A Andragogia, que é reconhecida como uma estrutura processual que enfatiza a provisão de procedimentos e recursos para facilitar a aprendizagem defende que o professor, denominado facilitador, deve conduzir os aprendizes. Para tanto, o facilitador deve desenvolver as seguintes competências para desempenhar seu papel com sucesso: a facilitação da aprendizagem, o desenvolvimento de programas e a administração de programas educativos. A partir de 1990, a quantidade cursos de formação de enfermeiros aumentou significativamente no Brasil, exigindo maior número de docentes para atender à demanda de formação. Frente a isso se pergunta: esses professores detêm as competências para educar adultos? Objetivo. Avaliar o nível de desempenho que o enfermeiro docente de enfermagem que atua em cursos de graduação presenciais dessa área, no município de São Paulo, atribui a si mesmo, nas competências essenciais para a educação de adultos, na perspectiva andragógica. Método. Estudo descritivo, comparativo, transversal, quantitativo, desenvolvido com 226 docentes enfermeiros que atuavam em 20 dos 27 cursos de graduação em enfermagem do Município de São Paulo existentes em 2010. Utilizou-se a “Escala de Classificação Auto-diagnóstica de Competências para o Papel do Educador de Adultos”, proposta e testada por Knowles. Os dados coletados alimentaram banco construído com ferramenta Excel®, empregado para análise por meio da estatística descritiva, e para a realização de testes não-paramétricos de Wilcoxon, Friedman, Mann-Witney, para correlação entre variáveis com o software Minitab® versão 16. Resultados. A população tinha predominantemente entre 46 e 55 anos, era majoritariamente do gênero feminino, formou-se em escola pública e cursou especialização, principalmente em Educação e Administração. A maior parte cursou o mestrado e pouco menos da metade também o doutorado. Nas três competências estudadas, os professores se consideraram aquém do nível que deveriam ter para a educação de adultos, caracterizando domínio moderado destas, ou seja, grande parte dos docentes encontrava-se distante do ideal de nível máximo de competência que almejava alcançar. Comparando os agrupamentos de competências estudados, os docentes declararam domínio maior de facilitador de aprendizagem, seguido de desenvolvedor de programas e, por fim, de administrador de programas de educação de adultos, isto porque desenvolviam ações prioritariamente de ensino e, poucas vezes, ações administrativas. Os professores se atribuíram grau moderado de conhecimento de teorias, métodos, técnicas e materiais de educação de adultos e demonstraram um movimento em direção à Andragogia. Desenvolver programas educativos, ainda que o docente aprendesse a lidar com projetos e pesquisas na pós-graduação senso estrito, reuniu um rol de competências de menor domínio que de facilitador. Por fim, administrar programas, que requer domínio de políticas, orçamentos e marketing foi o rol de mais baixo desempenho em comparação aos demais. Conclusões. O nível de desempenho dos docentes em todas as competências foi homogêneo, tanto no que declararam possuir como no que desejavam alcançar, não havendo diferenças significativas na comparação dos resultados com as diferentes características da população. O estudo apurou que os professores se consideraram aquém do ideal nas competências para desenvolver programas e, como esse grupamento valoriza e influencia consideravelmente o sucesso da aprendizagem, sugere-se a intervenção nos processos de formação e aperfeiçoamento do professor de enfermagem, nessas competências, para a melhoria do ensino.