Avaliação do papel prognóstico do balanço hídrico na sepse grave e no choque séptico
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1767393 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48959 |
Resumo: | A sepse grave e o choque séptico possuem elevadas incidência, prevalência, morbidade e mortalidade. Seu tratamento adequado demanda a administração considerável de líquidos, que, por vezes, se estendem além de um período de 24 horas e se refletem no balanço hídrico (BH) cumulativo. Diversas linhas de evidências apontam para morbidade associada a balanços hídricos positivos em vários contextos, como na lesão pulmonar aguda, na síndrome do desconforto respiratório agudo, cirurgias abdominais e mesmo em situações de lesão renal aguda. O presente estudo teve o objetivo de avaliar o papel prognóstico do balanço hídrico positivo em pacientes com sepse grave e choque séptico em diferentes momentos da história natural da doença. Buscou-se também avaliar se existe relação entre o balanço hídrico positivo, também em diferentes momentos da sepse, e a lesão renal aguda. Para tanto, conduzimos um subestudo a partir de uma coorte prospectiva, incluindo um total de 116 pacientes com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, conforme definições padronizadas. Colheram-se dados demográficos, relacionados à adesão aos pacotes de tratamento de das primeiras 6 horas da campanha sobrevivendo a sepse, dados relacionados a morbidade, disfunções orgânicas e mortalidade. O balanço hídrico foi calculado considerando-se três momentos distintos: a instalação da primeira disfunção orgânica atribuída à sepse (BH1), o momento do diagnóstico (BH2) e, nos pacientes em choque, o início do vasopressor (BH3). Em cada um desses períodos foi aferido o BH em 6, 12 e 24 horas, além do BH entre a 24ª e 48ª horas. A diurese foi registrada nos primeiros cinco dias de evolução, tanto a partir do momento da primeira disfunção como a partir do momento do início do vasopressor. A partir desses dados foram realizados três modelos de regressão logística. O primeiro avaliando fatores de risco para mortalidade na população geral (n-116) e o segundo apenas na população com choque (n-85). O terceiro modelo de regressão logística avaliou fatores de risco para lesão renal aguda grave (escore de RIFLE F ou pior). Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. Na população geral, foram fatores de risco independentes para mortalidade o BH2 maior que 3.400mL entre a 24a e a 48a hora, a lesão renal aguda e a diurese menor que 900mL no segundo dia a partir da instalação da disfunção orgânica. Na população com choque foram fatores de risco o BH3 maior que 3.400mL entre a 24a e a 48a hora e a diurese menor que 850 ml no primeiro dia da instalação do choque. Foram identificados como fatores de risco independentes para lesão renal aguda a creatinina D0 menor que 1,2 e o escore Avaliação Sequencial da Disfunção Orgânica no D1 acima de 9. Conclui-se que o balanço hídrico positivo entre a 24 e a 48ª hora após o diagnóstico da disfunção foi fator prognóstico independente para mortalidade em pacientes com sepse grave e choque séptico. O mesmo não ocorreu com os balanços antes das primeiras 24 horas. Não foi possível associar o balanço hídrico positivo como fator de risco para o surgimento de lesão renal aguda. Por outro lado, ele também não se associou com proteção para essa lesão. |