Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Barbieri, Natália Alves [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/41274
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Resumo: |
A presente pesquisa tem como tema central a constituição dos discursos sobre a velhice e o envelhecimento no Brasil. A análise e a metodologia foram orientadas pela Psicanálise e pela Antropologia, que se articulam na Saúde Coletiva ao considerarem os fenômenos humanos e sociais a partir do registro simbólico. O trabalho de campo envolveu como estratégias metodológicas o exame de documentos e publicações científicas, a observação de apresentações orais em eventos e congressos dedicados à velhice e ao envelhecimento e a realização de entrevistas com profissionais protagonistas desse campo. O contato com um universo mais amplo que a geriatria a gerontologia durante o processo investigativo suscitou a compreensão e a definição da noção de ¿Campo do Envelhecimento¿, como um território que abrange diversos personagens, disciplinas, abordagens, instituições e discursos. Foi possível, assim, demonstrar a existência de movimentos dissidentes, disputas por prestígio, competência e autoria de conceitos e apropriação de discursos. Neste campo ¿ heterogêneo ¿ prevalecem discursos que visam positivar o envelhecimento, tentando dissociá-lo das imagens de doença, pobreza e abandono. O ¿envelhecimento ativo¿ é representativo desse esforço, ao alçar a atividade como um bem maior: desenvolvido na Organização Mundial da Saúde, passa a ser a principal referência para as políticas públicas no Brasil, sendo apresentada em diversos dispositivos legais. A análise possibilitou localizar o envelhecimento ativo como sucessor do discurso higienista-preventivista do final do século XIX e início do século XX, ao privilegiar a prevenção e a promoção da saúde como atitudes que devem ser assumidas pelos indivíduos, sendo estes vistos como os principais responsáveis por sua saúde. Ao defender a atividade como uma positividade que deve ser estimulada na velhice, este discurso acabou por estabelecer uma polaridade, em que a fragilidade passa a ser associada a uma falha moral e não a uma condição inerente ao envelhecimento e à vida como um todo. Por não conseguir romper com as noções de normalidade, saúde e doença na qual se baseia a biomedicina, esse discurso acabou por recriar a noção de normalidade em outros termos. A tentativa de positivação foi observada prioritariamente entre os profissionais, e não entre os idosos, indicando dificuldades desses em lidar com a fragilização inerente ao processo de envelhecimento. |