Avaliação prospectiva da ocorrência de fatores de risco cardiovasculares em cuidadores de pacientes crônicos da cidade de Maringá, Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Burkle, Alessandra Benatti [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/24119
Resumo: Objetivos: Verificar a freqüência referida de fatores de risco cardiovascular, notadamente a hipertensão arterial sistêmica, de cuidadores de pacientes crônicos do município de Maringá, Paraná, comparativamente à observada em controles pareados por idade. Métodos: Estudo descritivo, com delineamento transversal envolvendo 146 controles e 78 cuidadores, de ambos os sexos, com idade mínima de 40 anos. Foram coletados dados referentes às condições sociodemográficas, hábitos de vida e doenças pré-existentes. Foi avaliada a pressão arterial, estatura, massa corporal, circunferência da cintura e quadril. Para análise estatística dos dados utilizou-se os testes t-Student para amostras independentes, Qui-quadrado ou Exato de Fisher quando aplicáveis. Também foi calculado a odds ratio (OR) para definir a associação entre a hipertensão arterial e os demais fatores de risco cardiovascular, com intervalo de confiança (IC) de 95%. O nível de significância adotado foi de p<0,05. Resultados: Houve predomínio de mulheres (58,9% no grupo controle e 82,1% no cuidador) com média de idade de 59 (±10,7) e 56 (±12,42) anos nos grupos controle e cuidador respectivamente. Eram brancos 63% e 66,7%, tinham escolaridade referente ao ensino fundamental 50,7% e 60,2%, referiram renda familiar em torno de 3 a 10 salários mínimos 42% e 53,8% e referiram história familiar para doenças cardiovasculares 60% e 64,1% para os grupos controle e cuidador respectivamente. Observou-se que o grupo controle foi estatisticamente mais idoso, com maior circunferência da cintura e razão cintura/quadril do que o grupo cuidador, ao passo que as médias das pressões arteriais sistólicas e diastólicas e o índice de massa corporal não foram diferentes. Foram encontradas freqüências de 29% e 37% de hipertensão arterial relatada, 6% e 9% de doença cardíaca, 8% e 4% de doença pulmonar, 13% e 9% de diabete melito, 69% e 73% de sedentarismo, 75% e 86% de alcoolismo nos grupos controle e cuidador respectivamente. Testando-se a associação das variáveis entre os grupos, não houve diferença entre eles. Em relação à associação entre hipertensão arterial referida e os fatores de risco cardiovascular, observou-se que o relato de colesterol elevado se apresentou fortemente associado em ambos os grupos (OR = 2,4; IC 95% = 1,06-5,27; p = 0,0322 no grupo controle e OR = 3,16; IC 95% = 1,04-9,56; p = 0,0368 no cuidador). A hipertensão arterial também se relacionou positivamente, somente no grupo controle, com a circunferência da cintura (OR = 3,35; IC95% = 0,65-5,21; p = 0,0014) e com a razão cintura/quadril (OR = 2,5; IC95% = 0,707-7,01; p = 0,0285). Não houve correlação entre hipertensão arterial referida e freqüência de tabagismo, alcoolismo e sedentarismo na amostra estudada. Conclusões: A ocorrência de fatores de risco cardiovascular não foi maior em cuidadores crônicos comparativamente aos controles. Independentemente da condição de cuidador ou não, a freqüência de relato de hipertensão arterial foi alto, portanto deve ser valorizado epidemiologicamente na predição de risco cardiovascular aumentado.