Avaliação da incidência e do subdiagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crônica na região metropolitana de São Paulo com base em três critérios diagnósticos espirométricos: Estudo PLATINO Seguimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Moreira, Graciane Laender [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/22850
Resumo: Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doença respiratória de alta prevalência e impacto socioeconômico no mundo, afeta aproximadamente 16% da população brasileira, dos quais 87% não foram previamente diagnosticados. Informação sobre a incidência da DPOC e atualização da taxa de subdiagnóstico desta doença é escassa na literatura e ainda desconhecida no Brasil. Objetivos: Avaliar a incidência da DPOC após nove anos de seguimento de uma amostra de base populacional na cidade de São Paulo e a taxa de subdiagnóstico nos novos casos da doença considerando três diferentes critérios diagnósticos [volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada (VEF1/CVF) < 0,70, VEF1/CVF < limite inferior da normalidade (LIN) e VEF1/VEF6 < 0,75; todos pós-broncodilatador], verificar a concordância entre esses critérios para os casos incidentes, identificar as características associadas aos novos casos da DPOC e comparar a taxa de subdiagnóstico dos casos incidentes (PLATINO seguimento) com a dos casos prevalentes (PLATINO inicial). Métodos: A população deste estudo foi composta pelos mesmos indivíduos da amostra do PLATINO inicial de São Paulo (n=1.000). Essas pessoas responderam a um questionário e foram submetidas à antropometria e espirometria pré e pósbroncodilatador utilizando-se os mesmos instrumentos e equipamentos do PLATINO inicial. As visitas foram realizadas de dezembro de 2011 a maio de 2012. A incidência cumulativa foi calculada pela razão entre número de novos casos e população em risco durante nove anos de seguimento. O teste do qui-quadrado foi utilizado para a análise da taxa de subdiagnóstico. Para investigação das características associadas à incidência da doença foi utilizado o teste do qui-quadrado/teste de Fisher ou o teste t para amostras independentes. O nível de significância adotado foi 5% (p<0,05). Resultados: Dos 1.000 sujeitos do PLATINO inicial, 613 participaram do PLATINO seguimento, pois 56 deles não foram localizados, 135 faleceram, 141 se recusaram a participar e 55 mudaram de estado/município. A incidência da DPOC, após nove anos de seguimento, variou dependendo do critério diagnóstico utilizado [VEF1/CVF<0,7 = 4,0% (n=20), VEF1/CVF<LIN = 1,4% (n=7) e VEF1/ VEF6<0,75 = 8,8% (n=43)]. Houve concordância entre os três critérios para seis novos casos da doença. A menor concordância foi entre os critérios VEF1/CVF<LIN e EF1/VEF6<0,75 (14%) e a maior entre VEF1/CVF<0,7 e VEF1/VEF6<0,75 (39,5%). As características em comum associadas aos novos casos de DPOC identificados em dois dos três critérios utilizados foram baixa escolaridade, idade mais avançada e relato do sintoma chiado. A taxa de subdiagnóstico variou de 70% a 79,1%, dependendo do critério diagnóstico, e após nove anos de seguimento houve redução de 17,5% ao se comparar a taxa de subdiagnóstico dos casos incidentes com a dos casos prevalentes. Conclusão: A incidência cumulativa da DPOC na cidade de São Paulo, após nove anos de seguimento, variou de 1,4% a 8,8%, dependendo do critério diagnóstico utilizado e a concordância entre esses critérios variou de 14% a 39,5%. As características associadas aos novos casos da DPOC foram baixa escolaridade, idade mais avançada e presença do sintoma chiado. A taxa de subdiagnóstico nos incidentes variou de 70% a 79,1% a depender do critério diagnóstico e houve redução de 17,5% ao se comparar a taxa de subdiagnóstico nos incidentes em relação aos prevalentes.