Eletroforese de proteínas e globulina calculada como testes de triagem para hipogamaglobulinemia em adultos e crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Piza, Cristina Frias Sartorelli de Toledo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70640
Resumo: Introdução: Pacientes com deficiência de anticorpos frequentemente sofrem atraso no diagnóstico excepcionalmente grande, aumentando o risco de infecções graves, lesões orgânicas irreversíveis, mortalidade e custos para os sistemas de saúde. Objetivo: Este estudo visou investigar a correlação entre os níveis séricos de globulina calculada (GC, níveis de proteína total menos albumina) e da fração gamaglobulina (gama), obtidas por meio da eletroforese de proteínas, com os níveis séricos de imunoglobulina G (IgG) em crianças, adolescentes e adultos. Métodos: O estudo foi realizado com a participação de pacientes provenientes de dois centros de alergia e imunologia do estado de São Paulo. Os pacientes foram recrutados por demanda espontânea e as amostras coletadas por conveniência. Informações relacionadas a características demográficas e diagnóstico foram reunidas. Os participantes foram submetidos à coleta de sangue para a realização da eletroforese de proteínas e determinação dos níveis de IgG. Foram classificados em cinco grupos de acordo com a faixa etária: 1 a 11 meses, 1 a 3 anos, 4 a 9 anos, 10 a 17 anos e ≥ 18 anos. A amostragem foi por conveniência. Utilizando modelos de regressão linear, as análises da correlação entre GC vs IgG e gama vs IgG foram realizadas. Curvas ROC (receiver-operator curves) foram criadas para determinar os valores de corte de GC e gama e suas respectivas sensibilidade e especificidade. Resultados: Um total de 2101 amostras foram analisadas e assim distribuídas: 79 (1 a 11 meses), 364 (1 a 3 anos), 442 (4 a 9 anos), 330 (10 a 17 anos) e 886 no grupo ≥ 18 anos. O percentual de indivíduos do sexo feminino participantes do estudo foi de 1203 (57,2%). Os níveis séricos de IgG variaram conforme as faixas etárias (de 4,3 ± 2,3 g/L em crianças abaixo de 1 ano a 11,38 ± 3,12 g/L em indivíduos ≥ 18 anos). GC e gama se correlacionaram de forma positiva e estatisticamente significativa com os níveis de IgG (r2 = 0,46 a 0,68 para GC e, r2 = 0,7941 a 0,93 para gama, p < 0,0001, para ambas as análises). Para a detecção de hipogamaglobulinemia foram considerados valores de IgG < 1,5 g/L (1 a 11 meses), IgG < 3,2 g/L (1 a 3 anos), IgG < 5 g/L (4 a 9 anos) e IgG < 6 g/L para pacientes com 10 anos ou mais. Cinquenta e oito pacientes (2,76%), 29 adultos e 29 com idade <18 anos, foram diagnosticados com hipogamaglobulinemia. A sensibilidade e especificidade para a detecção de IgG abaixo dos níveis de referência (< P3) por meio da GC variaram, de acordo com a faixa etária, entre 90,9% e 100,0%, e 80,2% e 94,7% respectivamente. Os valores de corte de GC para a constatação de hipogamaglobulinemia variaram, segundo a faixa etária: 23 g/L (1 a 3 anos), 24,8 g/l (4 a 9 anos), 24,1 g/L (10 a 17 anos) e de 24 g/L (≥ 18 anos). A sensibilidade e a especificidade para gama também variaram, de acordo com a faixa etária, de 100% e 96,8% a 99,7% respectivamente. Para gama: 3,55 g/L (1 a 3 anos), 5,65 g/L (4 a 9 anos), 6,2 g/L (10 a 17 anos) e 7,15 g/L (≥ 18 anos). Conclusões: Os índices GC e fração gamaglobulina determinados pela eletroforese de proteínas se correlacionam de forma linear com os valores séricos de IgG e podem ser utilizados como ferramenta de triagem para a deficiência de anticorpos em crianças, adolescentes e adultos, permitindo o diagnóstico precoce das deficiências de anticorpos em um ambiente clínico de rotina.