Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva Júnior, Fábio [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61971
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Resumo: |
Esta pesquisa estuda a construção da série de crônicas versificadas intitulada "Gazeta de Holanda", escrita por Machado de Assis entre os anos de 1886 e 1888. Para compreender a composição da coluna, é pertinente entender o que foram as "Gazettes de Hollande", denominação dada a panfletos que circularam entre a Holanda e a França, entre os séculos XVII e XVIII, conforme esclarece o historiador Eugène Hatin (1870). Também se faz necessário o estudo da epígrafe utilizada nos textos, retirada da opereta La Grande-Duchesse de Gérolstein, dos franceses Henri Meilhac e Ludovic Halévy, com música do compositor alemão Jacques Offenbach (2003). Representada durante a segunda metade do século XIX, a ópera-bufa foi um sucesso triunfal em diversos palcos do mundo, como afirma Siegfried Kracauer (2002), tendo tido repercussão também nos teatros cariocas, o que permite compreender sua presença na produção machadiana. Parece proveitoso, por fim, explorar sentidos da utilização, na assinatura das crônicas, do pseudônimo Malvólio, nome de uma personagem de Noite de Reis, peça do dramaturgo inglês William Shakespeare (2008). O conjunto desses elementos parece configurar uma prática discursiva fortemente marcada pela presença de elementos satíricos. Enylton José de Sá Rego (1989) já apontou elementos da sátira luciânica que se mostram presentes em textos de Machado de Assis produzidos a partir da década de 1880, tais como a mistura de gêneros, a utilização sistemática da paródia, a liberdade de imaginação, o estatuto ambíguo e não-moralizante e o ponto de vista de um observador distanciado. Na série, juntamente com a verve cômica, tais recursos parecem contribuir com a formulação de posicionamentos críticos a respeito da proliferação de doutrinas filosóficas, científicas e religiosas, bem como com relação a questões mais gerais, como política e escravidão; assuntos tratados, mais especificamente, nos capítulos analíticos da dissertação. |