Oferta e utilização de oxigênio na musculatura esquelética durante o exercício dinâmico em pacientes com a sobreposição da doença pulmonar obstrutiva crônica com a insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Mayron Faria de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2381121
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46551
Resumo: A insuficiência cardíaca (IC) com fração de ejeção (FE) reduzida é uma comorbidade comum e incapacitante da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). As interações cardiopulmonares negativas em ambas doenças, DPOC e IC, podem prejudicar a oferta de oxigênio (O2) para a musculatura periférica em atividade. A hipótese deste estudo foi a de que o fluxo sanguíneo periférico e o débito cardíaco estariam mais comprometidos nos pacientes com DPOC+IC comparativamente ao observado nos pacientes com DPOC ou IC. Respostas fisiológicas e sensoriais ao exercício de 16 pacientes com associação da DPOC e IC (VEF1= 56,9 ± 15,9% previsto e FE= 32 ± 6%), 16 pacientes com DPOC (VEF1= 54,1 ± 13,9% e FE= 64 ± 10%), 15 pacientes com IC (VEF1= 79,3 ± 11,2%; FE= 31 ± 8%), e 12 controles saudáveis sedentários (VEF1= 94,1 ± 8,2%; FE= 66 ± 10%) foram avaliados. Os pacientes realizaram teste cardiopulmonar descontínuo de carga constante e os dados foram reportados a 20% e 80% da carga de pico. Débito cardíaco por cardioimpedância, fluxo sanguíneo (BFI) e extração muscular periférica por espectroscopia por raios quasi-infravermelhos, capacidade inspiratória, lactato,gasometria arterializada e percepção de esforço foram mensurados. Os grupos não apresentaram diferenças nas características demográficas e antropométricas (p>0.05). Pacientes com associação DPOC e IC apresentaram menor variação do BFI e do débito cardíaco em comparação com os demais grupos (p<0,05). Reduções do BFI foram diretamente proporcionais aos déficits de incremento do débito cardíaco. Deficiências no fluxo sanguíneo muscular periférico foram também relacionadas à maiores níveis de desoxigenação muscular e lactato no grupo DPOC+IC (r= -0,64; p<0,01) e IC (r= -0,73; p<0,01). O grupo DPOC apresentou maior sensação de dispneia durante o exercício enquanto o grupo DPOC+IC apresentou maior desconforto de membros inferiores (p<0.05). Análise de regressão múltipla revelou que apenas ?BFI/?consumo de O2 (r = 0,49) e, secundariamente,escores de desconforto nos membros inferiores (r= 0,26) relacionaram-se de forma independente com o tempo de tolerância ao exercício neste grupo (r2= 0,75; p<0,01).Concluindo, pacientes com a coexistência da DPOC e IC apresentaram maior redução da perfusão muscular esquelética e do débito cardíaco durante o exercício comparativamente aos pacientes com DPOC ou IC. Essas anormalidades foram intimamente relacionadas à menor capacidade de exercício, podendo responder a intervenções que melhorem o equilibrio entre oferta e demanda periférica de O2.